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Paris retoma fashion week masculina após dois anos perturbada pela pandemia

Paris acolhe a partir desta terça-feira (21) os desfiles de moda masculina com as coleções outono-inverno 2022-2023. A temporada parisiense é marcada pela retomada de praticamente todos os eventos em formato “presencial”, após dois anos perturbados por causa da pandemia de Covid-19, quando muitas marcas preferiram realizar vídeos ou simplesmente abrir mão do ritual.   

Imagem de arquivo do desfile de janeiro de 2020 do estilista belga Walter Van Beirendonck.
Imagem de arquivo do desfile de janeiro de 2020 do estilista belga Walter Van Beirendonck. AFP
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Paris é a terceira e última escala da série de eventos dedicados à moda masculina na Europa, após Londres, de 11 a 13 de junho e Florença, com o Pitti Immagine Uomo, de 14 a 17 de junho. Durante essa semana de desfiles parisienses, que vai até domingo (26), apenas oito das 84 marcas organizam apresentações virtuais. As demais optaram por eventos com público, mesmo se alguns serão retransmitidos online.

“As apresentações físicas têm uma importância essencial para nossa profissão, para a moda e para a criação”, explica Pascal Morand, presidente executivo da Federação da alta-costura e da moda, instituição que organiza a Fashion Week e que, durante a pandemia, implementou um sistema de difusão de conteúdos em seu site, com vídeos, entrevistas e performances. “Mas há todo um campo de inovação do digital, que permanece”, contribuindo para a “democratização do acesso” aos desfiles, ressalta.  

O fim das restrições ligadas à pandemia traz de volta às passarelas algumas marcas que não se apresentavam diante do público há algumas temporadas. É o caso da francesa Celine, sob a batuta de Hedi Slimane, estilista que mantém sua influência no mundo da moda desde sua passagem pela Dior e pela Saint Laurent. Seu desfile encerra o calendário, na noite de domingo.

Marcas internacionais também voltam a se apresentar em Paris. O americano Thom Browne, conhecido por seus desfiles recheados de ironia, ou ainda o britânico Craig Green, um dos queridinhos do momento, fazem parte do calendário. O japonês Issey Miyake, que vinha apresentando suas coleções por meio de vídeos ou instalações por causa do contexto sanitário, também organiza um desfile esta semana, assim como o belga Dries Van Noten. Além, é claro, das tradicionais Dior, Louis Vuitton e Hermès.

Logo após a moda masculina, Paris acolhe os desfiles da alta-costura, de 4 a 7 de julho.

Indústria do luxo não sente a crise

A fashion week parisiense acontece em plena retomada com força do consumo de produtos de luxo. Segundo a empresa de consultoria Bain & Company, conhecida por seus estudos sobre esse setor, as vendas da indústria do luxo devem aumentar 5% este ano.

“O consumo não parece estar sofrendo por enquanto”, resume Claudia d'Arpizio, analista da consultoria Bain. Segundo a especialista, as vendas de produtos de luxo devem alcançar pelo menos € 305 bilhões este ano, na hipótese mais pessimista. Já no cenário mais otimista, as empresas do setor devem vender mais de € 330 bilhões.

A variação dos valores vai depender dos riscos de desaceleração econômica, principalmente nos Estados Unidos, onde os mercados de ações poderão ser impactados pelo temor da recessão. “Sabemos que estamos em um contexto bastante turbulento”, aponta Claudia d'Arpizio.

A alta já vinha sendo registrada desde o ano passado, pois o luxo faz parte dos poucos setores que conseguiram resistir relativamente bem à pandemia de Covid-19. De acordo com os cálculos da consultoria, as vendas de produtos de luxo representaram € 288 bilhões em 2021, acima dos € 283 esperados.

Já para este ano, a Bain lembra que as perturbações ligadas à crise sanitária na China continental acabaram sendo compensadas pela forte demanda na Europa e nos Estados Unidos. “É claro que ficamos surpresos com a resistência do consumo no contexto inflacionário", admite Claudia de Arpizio.

(Com informações da AFP)

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