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França: Dezenas de milhares em 135 protestos pelo país mostram que clima será decisivo nas eleições

Dezenas de milhares de pessoas, segundo os organizadores dos protestos nas diversas cidades francesas, manifestaram-se em toda a França neste sábado (12), um mês antes do primeiro turno das eleições presidenciais, para garantir que a urgência climática, que tem sido em grande parte negligenciada durante a campanha presidencial, seja melhor levada em conta pelos candidatos ao Palácio do Eliseu.

Dezenas de milhares de pessoas marcharam nas ruas de Paris em 12 de março de 2022 para garantir que o clima fosse levado mais em conta na campanha presidencial francesa.
Dezenas de milhares de pessoas marcharam nas ruas de Paris em 12 de março de 2022 para garantir que o clima fosse levado mais em conta na campanha presidencial francesa. AFP - ALAIN JOCARD
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Os manifestantes levavam cartazes com dizeres como "Quando vamos falar sobre isso?" na manifestação de Paris para denunciar a ausência de questões climáticas na campanha presidencial francesa, particularmente na mídia, onde, de acordo com um "barômetro" criado por ONGs, estes assuntos ocuparam apenas "1,5% do tempo de palavra" durante a última semana estudada (28 de fevereiro a 6 de março).

Mais de 550 ONGs, associações e grupos convocaram estas marchas pelo clima, chamadas na França de "Look up", em referência ao filme "Don't look up", uma metáfora da crise climática que fez estrondoso sucesso no Netflix.

Sindicatos e partidos franceses também convocaram os cidadãos, legendas como a França Insubmissa (esquerda radical), os verdes do partido ecologista e o Partido Socialista (esquerda), cujos respectivos candidatos Jean-Luc Mélenchon, Yannick Jadot e Anne Hidalgo participaram da manifestação em Paris.

Todos os três, assim como Fabien Roussel (Partido Comunista da França) e Philippe Poutou (Novo Partido Anticapitalista) devem participar separadamente de um programa no Twitch do canal político do apresentador Jean Massiet, neste domingo (13).

No total, 135 protestos ocorreram em todo o país, reunindo 80.000 pessoas de acordo com os organizadores, incluindo 32.000 para a marcha de Paris, 8.000 em Lyon e 1.800 em Nantes.

"Tenho 34 anos e já vi a Natureza ser atingida na cara dura. Não há mais respeito pelo planeta, temos que proteger esta terra que deixaremos para nossos filhos. Os políticos não estão à altura do desafio", disse Lydie Lampin Bernand, que segurava a bandeira "Juntos pelo clima" na manifestação de Lille (norte), que reuniu cerca de 800 pessoas, de acordo com a prefeitura.

Uma crítica recorrente entre os manifestantes denunciava o fato de que "na França em 2022, a maior ameaça que a humanidade já conheceu está sendo invisibilizada no meio do período eleitoral, enquanto nosso futuro está em jogo". 

"Luta justa"

 "É uma luta justa, global e essencial", disse Livie Châtelais, que esteve na manifestação em Rennes (noroeste), que reuniu cerca de 700 pessoas de acordo com a polícia e mais de mil de acordo com os organizadores. Para este pediatra de 42 anos, "o aquecimento global também vai gerar muitos refugiados e muitas guerras".

Tanto organizadores quanto manifestantes reconhecem que a invasão russa da Ucrânia obviamente monopolizou a atenção global, mas ressaltam que a questão climática estava em grande parte ausente dos debates eleitorais mesmo antes deste evento dramático. Eles também enfatizaram a importância das questões energéticas na geopolítica, usando o slogan "Paz, clima, mesma luta", mostrando sua solidariedade com a Ucrânia.

"O regime criminoso de Vladimir Putin também é financiado por esta dependência dos combustíveis fósseis. A saída dos combustíveis fósseis é necessária para o clima e para um mundo mais estável", explica Lorette Philippot, da Friends of the Earth France.

Os organizadores já estão convocando uma nova série de marchas climáticas para 9 de abril, na véspera do primeiro turno das eleições presidenciais. Entretanto, outra mobilização está prevista para 25 de março, como parte das "greves globais" de jovens iniciadas pela ativista sueca Greta Thunberg.

Um "coletivo ambientalista" francês chamado "La Braise" reivindicou a responsabilidade por uma ação filmada em vídeo, pichando "Assassin" na entrada dos escritórios de Paris da gigante russa do gás Gazprom.

(Com AFP)

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