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Às vésperas do Natal, franceses correm para realizar testes anticovid

Os jornais franceses desta quarta-feira (22) destacam a corrida dos franceses para conseguir realizar um teste de diagnóstico de Covid-19 antes do Natal. Somente um resultado negativo dá ao "felizardo" a possibilidade de encontrar os familiares para a ceia.

Fila para o teste PCR no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em 15 de dezembro de 2021.
Fila para o teste PCR no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em 15 de dezembro de 2021. AP - Jean-Francois Badias
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Com as festas de fim de ano chegando, o medo de pegar o vírus e não poder participar das reuniões de família causa pânico nos franceses que fazem filas nas farmácias e laboratórios para realizar testes.

Para conseguir o tão esperado resultado negativo, muitos abriram mão de vida social, saídas ao cinema e de conversas com vizinhos "que usam a máscara abaixo do nariz", diz o jornal Le Parisien.

Quase 900.000 testes são realizados na França cotidianamente nas últimas semanas, de acordo com o diário, mais da metade deles de antígeno, sem contar os autotestes, esgotados em muitas farmácias.

"Famílias aos prantos buscam a todo preço reservar um horário", para fazer um teste, diz o presidente do sindicato dos farmacêuticos do departamento dos Alpes Marítimos, no sul da França, Cyril Colombani. Ele conta que as pessoas insistem: "se não conseguimos testar nossos filhos, não poderemos ver os avós”.

Colombani diz ao Le Parisien que realiza mais de 150 procedimentos diários em sua farmácia na cidade turística de Roquebrune Cap-Martin, na riviera francesa. "Como vamos sobreviver ao ômicron?", pergunta ele que acredita que o lado psicológico é o mais prejudicado.

Paradoxo

"Essa angústia coletiva é resultado de um triste paradoxo", diz Le Parisien. "Em tempos de pandemia, os reencontros são vitais e a única trégua aceita na guerra contra o vírus", analisa.

Os que obtêm um veredito positivo, se resignam a passar o Natal sozinhos ou ver a família e amigos por Facetime.

O governo francês indicou na terça-feira que 20% dos casos de Covid-19 na França, estariam ligados à variante ômicron, mas que acredita que este número poderia ser maior.

Diante da ameaça, um conselho extraordinário de ministros foi convocado para segunda-feira (27), em pleno recesso de fim de ano. O objetivo é ampliar e reforçar o passaporte sanitário, que passará a valer apenas para pessoas totalmente vacinadas, a partir de janeiro. Testes não serão mais aceitos.

A ideia de exigir o atestado em empresas, abordada pelo governo, foi finalmente enterrada, mas o trabalho remoto deverá ser privilegiado.

Evitar um lockdown

De acordo com Le Figaro, o governo quer "a todo custo evitar um novo lockdown" e não estaria mais disposto a esperar as festas passarem para "aumentar a velocidade" da luta contra a Covid-19.

O jornal lamenta que as informações sobre a ômicron circularam mais devagar na França que no Reino Unido e na África do Sul e que a população não tenha sido aletada para se proteger.

O único consolo diante do atraso, segundo o diário, é que a onda da variante é tão rápida que "ainda que as informações tivessem sido tratadas no momento certo, a reação provavelmente teria sido de todas maneiras tardia".

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