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Em longa entrevista, Macron "prepara campanha para reeleição", diz imprensa

Apesar de ainda não ter se declarado candidato, para a imprensa francesa desta quinta-feira (16), a entrevista do presidente francês, Emmanuel Macron, ao canal TF1, exibida na quarta-feira (15), mostra que o chefe de Estado já está em campanha para as eleições presidenciais de 2022.

A imprensa francesa desta quinta-feira destaca a entrevista do presidente Emmanuel Macron ao canal de tevê TF1.
A imprensa francesa desta quinta-feira destaca a entrevista do presidente Emmanuel Macron ao canal de tevê TF1. © Fotomontagem RFI/Adriana de Freitas
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Durante duas horas de perguntas e respostas, o presidente fez um balanço de seu governo e falou dos principais momentos de seu mandato que chega ao fim em 2022. "A grande explicação de Macron", diz a manchete do Le Parisien. Para o jornal, o presidente deu "um passo a mais em direção a uma candidatura sobre a qual não restam dúvidas."

O presidente, considerado arrogante, tentou explicar "os episódios sombrios de seu mandato na perspectiva da campanha" para a reeleição, afirma o jornal.

Durante a entrevista, foram lembrados acontecimentos que marcaram o governo do chefe de Estado francês, como o movimento dos coletes amarelos, as acusações de estupro contra seu ex-ministro da Transição ecológica, Nicolas Hulot, e a falta de máscaras no início da pandemia de Covid-19. Macron também quis mostrar, de acordo com Le Parisien, que sua vontade de reformar o país continua "intacta".

O jornal lembra que agora todos os candidatos para a campanha presidencial do ano já se apresentaram oficialmente, menos ele. Macron "tem que administrar três agendas em paralelo", lembra o jornal, “a de presidente da República, a de presidente em exercício da Europa dos 27 e a de candidato à reeleição”. Mas, "como François Mitterand ou Jacques Chirac, ele assumirá sua decisão de se apresentar como candidato o mais tarde possível" para não perder sua autoridade", prevê Le Parisien.

Mudança e revolução

O conservador Le Figaro criticou fato da entrevista ter sido filmada e editada antes de ir ao ar, perdendo "autenticidade" e gerando uma "espontaneidade fabricada". Para Le Figaro, Macron quis mostrar que a "realidade brutal, trágica", tinha mudado o presidente, que deixou de ser o jovem arrogante do início do mandato para se transformar em um homem humilde. "O impulsivo teria virado respeitoso".

"Macron sonda sua campanha de reeleição", diz o título da análise do Libération. O jornal de esquerda lamenta que a longa entrevista com o presidente não tenha trazido resposta à pergunta sobre sua candidatura. Segundo o jornal, ele retomará a ideia inicial de “revolução” usada em 2017, quando foi eleito. Para Libération, a entrevista, sem grandes surpresas, serviu sobretudo para o chefe de Estado fechar uma etapa, a de defesa de seus anos de governo.

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