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França: atrás em pesquisas, candidata socialista à presidência surpreende ao propor primárias da esquerda

A candidata socialista para as eleições presidenciais francesas de 2022, Anne Hidalgo, propôs esta semana a realização de primárias entre os partidos de esquerda, após ter passado meses se negando a participar da consulta. Segundo a imprensa, ela estaria sendo pressionada por sua baixa popularidade nas pesquisas de intenção de voto.

Na imprensa francesa, a reviravolta da candidata socialista Anne Hidalgo. Em baixa nas pesquisas de inteção de voto, ela propôs primárias para unir os partidos de esquerda faltando apenas 4 meses das eleições presidenciais na França.
Na imprensa francesa, a reviravolta da candidata socialista Anne Hidalgo. Em baixa nas pesquisas de inteção de voto, ela propôs primárias para unir os partidos de esquerda faltando apenas 4 meses das eleições presidenciais na França. © Fotomontagem RFI/ Adriana de Freitas
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O jornal Libération desta sexta-feira (10) destaca a "reviravolta" da candidata socialista e prefeita de Paris, que propôs, há dois dias, a organização de uma votação aos simpatizantes de todos os partidos de esquerda para escolher um candidato comum para 2022. A ideia "causou surpresa em seu próprio campo" e "não convenceu ninguém", diz o jornal.

Atrás nas pesquisas - com entre 3% e 5% das intenções de voto - Hidalgo insiste, desde que apresentou sua candidatura, em setembro, que não participaria de primárias.

O apelo da candidata foi feito em entrevista ao canal de TV TF1. De acordo com Libération, quase ninguém foi informado na direção do Partido Socialista. Horas antes de fazer a proposta, Hidalgo chegou afirmar em outra emissora, a France2, que "uma união", entre grupos "seria vista como artifical porque muitos se declararam candidatos há tempos".

Mudança repentina

"Céus, por que essa mudança repentina?", questiona Libé. Para o jornal progressista, Hidalgo ouviu os eleitores que temem o fortalecimento da extrema direita frente a uma "esquerda fraturada", com vários candidatos na corrida para a presidência, oscilando entre 1% e 10% das intenções de voto. 

A estabilização da paisagem eleitoral, com a vitória de Valérie Pécresse no campo dos Republicanos, e o lançamento da campanha do polemista de extrema direita Éric Zemmour também teriam colaborado para a mudança de posição da prefeita de Paris.

Já o conservador Le Figaro diz que a proposta de Hidalgo é uma "aposta louca para salvar a campanha". Do lado dos ecologistas, grupo do qual os socialistas gostariam de se aproximar, de acordo com o jornal, a resposta negativa veio rapidamente, logo após comunistas e Jean-Luc Mélenchon, candidato do partido da esquerda radical França Insubmissa.

Desespero entre socialistas

O jornal Le Parisien fala em “desespero” dos simpatizantes do Partido Socialista, diante da "espetacular reviravolta" da candidata. De acordo com o diário, a estratégia divide opiniões, entre os que acreditam que esta é a única alternativa para a esquerda e os que são totalmente contra. Hidalgo "não tem a coragem de simplesmente se retirar" da campanha, diz um representante do partido entrevistado pela reportagem, sem ser identificado.

Os jornais também especulam sobre uma possível candidatura de Christiane Taubira. A carismática ex-ministra da Justiça do ex-presidente François Hollande foi responsável pela aprovação da lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em 2013. A proposta surpresa de Hidalgo acontece no momento em que aumentam os rumores sobre uma candidatura de Taubira.

A prefeita de Paris preveniu que, caso seus concorrentes não aceitarem sua proposta, ela continuará sua campanha sozinha, "custe o que custar".

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