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França: vítimas de assédio sexual de apresentador de TV criam o #MeTooMedia

Ele era o âncora do telejornal do canal privado de televisão francês TF1, antes de ser acusado de estupro, agressão e assédio sexual. Mulheres, incluindo vítimas de Patrick Poivre d'Arvor, estão lançando uma associação nas redes sociais para quebrar a “lei do silêncio” que impera na mídia francesa: a #MeTooMedia

Patrick Poivre d'Arvor foi âncora do canal de televisão francês TF1 de 1987 a 2008. Ele foi acusado por várias mulheres de estupro e assédio sexual. Um processo judicial, em junho de 2021, rejeitou todas as acusações por estarem fora do prazo legal.
Patrick Poivre d'Arvor foi âncora do canal de televisão francês TF1 de 1987 a 2008. Ele foi acusado por várias mulheres de estupro e assédio sexual. Um processo judicial, em junho de 2021, rejeitou todas as acusações por estarem fora do prazo legal. © AFP / Archives
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O caso surgiu em fevereiro, após uma denúncia por estupro da escritora francesa Florence Porcel. Sete outras queixas e 23 depoimentos foram dirigidos ao ex-apresentador do jornal TF1, apelidado na França de PPDA, suas iniciais.

No final de junho, após quatro meses de investigação, o juiz arquivou a investigação por "prescrição" ou "prova insuficiente" de denúncias contestadas por PPDA.

Mas o caso voltou ao primeiro plano na terça-feira (9), com a publicação no jornal Libération de depoimentos detalhados de oito mulheres, incluindo sete falando com o rosto descoberto (e apenas uma em anonimato), que decidiram responder à ex-estrela do telejornal dos anos 1990 e 2000, depois de uma entrevista polêmica com ele.

Nesse programa, veiculado em março, o jornalista de 73 anos, questionado sobre as acusações contra ele, havia mencionado “beijinhos no pescoço, às vezes pequenos elogios, às vezes um charme ou sedução”. “Este comportamento já não é aceito hoje pelas gerações mais novas. Se quer a minha opinião, lamento. Posso ter flertado, mas nunca fiz paquera pesada”, continuou.

Entre as cofundadoras da associação, que nascerá nos próximos dias, estão a ex-apresentadora de telejornal Hélène Devynck, Cécile Thimoreau, ex-jornalista da TF1 e Muriel Reus, ex-executiva da TF1.

Escuta, proteção e apoio jurídico

“Queremos dar escuta, proteção e apoio, principalmente jurídico se necessário”, explicou nesta quarta-feira (10) a colunista do canal RMC, Emmanuelle Dancourt, outra cofundadora associação.

Queremos uma associação aberta a todos, não só às mulheres, e que cubra os meios de comunicação de uma forma ampla”, especifica.

A estrutura foi pensada, também, como “um guarda-chuva para que as vítimas não prescritas de Patrick Poivre d'Arvor ousem finalmente sair da moita”, acrescenta a jornalista, especificando que advogados também estão associados à iniciativa.

Segundo o Libération, a escritora Florence Porcel pretende entrar com uma nova queixa contra o apresentador por fatos não prescritos. Esta abordagem pode levar à abertura de uma investigação judicial, confiada a um juiz de instrução.

(Com informações da AFP)

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