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Patrimônio de bilionários aumenta 30% e chega a € 1 tri durante pandemia na França

A riqueza acumulada das 500 maiores fortunas da França aumentou 30% em um ano em plena pandemia, segundo a classificação a ser publicada nesta quinta-feira (8) na revista Challenges, que repertoriou 109 bilionários franceses este ano contra 95 no ano passado.

O chefe da LVMH, Bernard Arnault, à esquerda, e o presidente francês Emmanuel Macron inauguram a loja de departamentos Samaritaine restaurada em Paris.
O chefe da LVMH, Bernard Arnault, à esquerda, e o presidente francês Emmanuel Macron inauguram a loja de departamentos Samaritaine restaurada em Paris. Christophe ARCHAMBAULT AFP
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O ranking é dominado pelo quinto ano consecutivo por Bernard Arnault, o chefe do grupo LVMH, principal empresa do setor do luxo francês e a maior multinacional do mercado financeiro europeu.

A forte recuperação do luxo no segundo semestre de 2020, impulsionada pela Ásia, fez subir as cotações da bolsa de gigantes do setor, entre elas a LVMH (Vuitton, Dior, entre outras marcas) e Kering (Gucci, Saint Laurent, etc), e, junto com as marcas, os ativos de seus acionistas executivos.

Segundo a revista, que fez o seu cálculo com base no patrimônio profissional de personalidades entre junho de 2020 e junho de 2021, o montante da fortuna das 500 pessoas mais ricas da França “já se aproxima de € 1 trilhão”. “Estes são os aumentos anuais mais fortes já registrados por nossa lista, criada em 1996”, disse a Challenges. O número de bilionários franceses era de 51 em 2011, segundo a revista.

Como todos os anos desde 2017, quando ultrapassou a herdeira da L'Oréal Liliane Bettencourt, Bernard Arnault e sua família se encontram na liderança da lista, com uma fortuna estimada em mais de € 157 bilhões. Um aumento de 57% em relação a junho de 2020.

O CEO da LVMH foi ainda, durante algumas poucas horas em maio, o homem mais rico do mundo, à frente do americano Jeff Bezos [da Amazon], de acordo com a evolução dos preços que fazem variar sua fortuna em tempo real. “A crise nos fortalece”, disse Bernard Arnault no final de abril, comentando os bons resultados financeiros do grupo LVMH, número um do mundo em bens de luxo.

Seguem na lista a família Hermès (€ 81,5 bilhões), a de Bettencourt (€ 71,4 bilhões), e em quarto e quinto lugar as de Alain e Gérard Wertheimer, herdeiros de Chanel, e François Pinault, fundador de Kering, grupo agora dirigido por seu filho François- Henri. O fundador do eBay, Pierre Omidyar, oitavo no ranking, dobrou sua fortuna entre 2020 e 2021, já que as restruições da pandemia aumentaram o comércio online de itens de segunda mão.

“Os dez primeiros da lista, aqueles cuja fortuna ultrapassa os € 13 bilhões, viram seus ativos aumentarem 37%. Os outros 490 viram os seus crescerem 25%”, observa Challenges. Com a crise da Covid, o debate em torno da tributação dos mais ricos está se fortalecendo na França e em outros lugares.

Protesto

No sábado (3), a associação antiglobalização Attac França também visou diretamente Bernard Arnault ao tingir de preto as janelas da Samaritaine, a novíssima loja de departamentos da LVMH que acaba de ser inaugurada em Paris, para denunciar "o enriquecimento indecente de bilionários durante a crise sanitária".

A Oxfam França, por meio da voz de seu porta-voz Quentin Parrinello, reagiu nesta quarta-feira (7) em um comunicado: "Embora a pandemia tenha derrubado a economia e levado centenas de milhares de pessoas à precariedade na França, uma minoria ultra-rica continua a prosperar", lamentou a ONG.

“Nada a comemorar quando sabemos que um em cada oito franceses precisa de ajuda alimentar para viver”, continuou Parrinello, acrescentando que “essas desigualdades indecentes são inaceitáveis” e que lembram “a urgência de uma tributação mais justa sobre os mais ricos”.

(Com AFP)

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