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Mais luxo e menos chocolate: LVMH ultrapassa Nestlé e se torna líder do mercado financeiro europeu

O grupo LVMH, número um mundial do setor do luxo, se tornou a empresa com maior capitalização nas Bolsas de Valores europeias. O gigante francês alcançou esta semana o valor de € 271 bilhões, deixando para trás a fabricante de alimentos Nestlé, que se manteve com € 265 bilhões.

LVMH pertence ao francês Bernard Arnault, um dos cinco homens mais ricos do mundo
LVMH pertence ao francês Bernard Arnault, um dos cinco homens mais ricos do mundo REUTERS/Christian Hartmann
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LVMH pertence ao francês Bernard Arnault, um dos cinco homens mais ricos do mundo, e é a sigla por trás de dezenas de marcas na área da moda, acessórios, perfumes e relojoaria, mas também de champanhes e destilados, além de lojas de departamento e uma rede de hotéis. Fazem parte do grupo nomes como Louis Vuitton (o LV da sigla), Dior, Kenzo, e Givenchy, mas também as marcas de champagne Moët (o M da sigla), Ruinart e Krug, ou ainda o conhaque Hennessy (o H da sigla).

A empresa atravessou a crise sanitária praticamente ilesa, mostrando o vigor do setor do luxo, apesar do contexto atual. Pois mesmo se no início da pandemia o grupo sofreu um impacto ligado à queda das vendas na China – um de seus principais mercados – e à ausência dos turistas chineses, que deixaram de viajar e comprar nas lojas de suas marcas pelo mundo, a situação se estabilizou rapidamente, com uma forte retomada registrada já no segundo semestre de 2020.

Os bons resultados foram puxados pela própria Ásia (fora o Japão) onde foi realizado um terço do faturamento, contra 30% em 2019. Os Estados Unidos representaram um quarto das vendas.

Vários fatores explicam esses sucesso. O primeiro deles foi a aceleração das vendas online, em um setor que até poucos anos atrás torcia o nariz para s compras pela internet, temendo que isso arranhasse sua imagem de prestígio e exclusividade. Mas as novas gerações nos países emergentes, cada vez mais interessadas pelo mundo do luxo e sem nenhum pudor em comprar bolsas e acessórios que custam milhares de euros em alguns cliques, fizeram o grupo investir em suas atividades digitais. Algo que já vinha dando frutos e que, no contexto da pandemia, atingiu seu apogeu.

Além disso, segundo alguns especialistas, nos países ocidentais a compra de produtos de luxo acabou substituindo as viagens, restritas por causa dos regimes de lockdown instaurados pelo mundo. E os turistas chineses voltaram a gastar, mas em seu próprio país, fazendo com que as vendas mudassem apenas de endereço, mas continuassem beneficiando o grupo.

LVMH é um peso-pesado no mercado financeiro europeu e francês. O grupo representa 14% da capitalização total do CAC, sigla usada para descrever as principais empresas cotadas na Bolsa na França. Há dez anos, grupo de luxo pesava apenas 4% no CAC.

Entra Tiffany & Co e Rihanna é colocada em stand-by

A mais recente e talvez uma das mais confusas aquisições do LVMH foi a emblemática joalheria Tiffany & Co, por US$ 15,8 bilhões. Após um imbróglio que quase torpedeou meses de negociação em plena crise sanitária, a marca integrou o grupo em uma transação que também contribuiu para mostrar o poder de negociação do conglomerado.

Mas o grupo também sabe colocar o pé no freio quando uma marca não apresenta os resultados esperados. É o caso da Fenty, grife lançada junto com a cantora Rihanna. Nesta quarta-feira, LVMH anunciou a "suspensão" da atividade de "prêt-à-porter" da empresa "à espera de condições melhores". Segundo a direção do grupo, o objetivo é se concentrar nas linhas de cosmético e lingerie da marca, que foram lançadas antes da linha de roupas.

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