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Dior abre temporada da alta costura em Paris com desfile presencial no Museu Rodin

A Maison Christian Dior abriu a semana da moda parisiense nesta segunda-feira (5) revelando sua coleção de alta costura outono-inverno 2021-2022 com um desfile online, mas também presencial, revivendo assim o tradicional glamour de antes da pandemia.

Desfile de modelos para Maison Dior no final do desfile feminino da coleção outono-inverno 2021-2022 de alta costura em Paris, em 5 de julho de 2021.
Desfile de modelos para Maison Dior no final do desfile feminino da coleção outono-inverno 2021-2022 de alta costura em Paris, em 5 de julho de 2021. AFP - STEPHANE DE SAKUTIN
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Com a flexibilização das restrições ligadas à pandemia, a marca carro-chefe do grupo LVMH se deu ao luxo de receber um pequeno público, com direito às tradicionais estrelas da “primeira fila”, no caso as atrizes Jessica Chastain, Cara Delevingne, Monica Bellucci e Florence Pugh.

"Estou muito feliz por estar em uma sala com uma platéia e ver algumas peças incríveis", disse a norte-americana Jessica Chastain após o desfile, em sua primeira aparição pública desde a pandemia.

A estilista da Maison, Maria Grazia Chiuri, declarou à agência Reuters que queria colocar os tecidos no centro de sua nova coleção e torná-los quase palpáveis ​​para o público, após vários meses de apresentações virtuais. Na coleção, diversos conjuntos de tweed, de botas a chapéus, cujo formato lembram trajes de equitação.

Os padrões florais também marcaram presença em algumas silhuetas, como nos casacos de patchwork de veludo e cetim. Para a noite, as modelos desfilaram saias longas bordadas com penas e vestidos plissados ​​transparentes e vaporosos em gaze de seda.

Modelo apresenta criação da Maison Dior durante o desfile feminino da coleção de alta costura outono-inverno 2021-2022 em Paris, em 5 de julho de 2021.
Modelo apresenta criação da Maison Dior durante o desfile feminino da coleção de alta costura outono-inverno 2021-2022 em Paris, em 5 de julho de 2021. AFP - STEPHANE DE SAKUTIN

Nos últimos meses, as marcas de luxo, limitadas pela pandemia, apostaram na imaginação para apresentar suas coleções em formatos exclusivamente online. “Estamos todos emocionados”, disse Maria Grazia Chiuri, referindo-se à retomada de um desfile presencial em Paris, o que não acontecia desde setembro passado.

"Tem tanta gente trabalhando na coleção. Ficamos felizes em fazer ótimos vídeos [para a marca], mas era um pouco impessoal. Estamos todos muito orgulhosos de ver o desfile, de estar nos bastidores, de vivenciar esse momento. Com nossos clientes, a imprensa e nossos amigos. Em um ano e meio, perdemos muitos desses contatos humanos ", disse a estilista.

As modelos desfilaram no Museu Rodin, em Paris, em uma estrutura efêmera revestida com uma criação em cores quentes do outono, com bordados feitos na Índia a partir de esquetes da artista francesa Eva Jospin.

"Loucura do detalhe"

A mostra aconteceu dentro de uma sala do Museu Rodin cujas paredes foram totalmente bordadas seguindo o desenho de Eva Jospin, uma homenagem à sala de bordados indianos do Palácio Colonna, em Roma.

Os bordados, espalhados em uma superfície de 350 m2, foram realizados nas oficinas Chanakya de Bombaim, com as quais a estilista da Dior criou uma escola para formar mulheres nesta especialidade artesanal, que na Índia continua sendo uma profissão masculina.

“Num espectáculo face a face, existe uma relação muito táctil e muito física com o trabalho”, sublinhou Jospin.

Feminismo

Feminista convicta, a estilista Maria Grazia Chiuri desenvolveu o tema com sutileza. Nada de slogans militantes ou instalações em forma de vagina, como a projetada pela artista norte-americana Judy Chicago, em janeiro de 2020, para uma coleção da Dior em frente ao museu Rodin.

"O feminismo nunca terá fim”, disse sorrindo Chiuri, que acredita que “reivindicar o valor artístico do bordado, que é considerado uma tarefa doméstica, é uma mensagem feminista”. A paleta da coleção dialoga com os bordados, em tons requintados de azul, rosa, verde e bege.

“As cores são naturais e atemporais”, o que reflete a ideia de que as peças de alta costura possam ser passadas "de mãe para filha".

Além disso, a coleção brinca com as proporções para conseguir uma silhueta “mais contemporânea e atemporal”. E mais confortável, porque a delicadeza da cintura se consegue visualmente com jogos de volume e não com um corte justo.

(Com AFP)

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