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Premiê francês recebe 80 calcinhas em protesto por fechamento de lojas de lingerie durante pandemia

Quem disse que lingerie não é ítem de primeira necessidade? As francesas que o digam: numa ação "simbólica e bem humorada" para protestar contra o fechamento de lojas de roupas íntimas durante o lockdown, gerentes de "butiques" de lingerie enviaram mais de 80 calcinhas para o primeiro-ministro da França, Jean Castex. A ação, intitulada de "cullotée", uma expressão que significa "atrevida", num trocadilho com a palavra francesa "cullote" (calcinha), pede que as lojas de lingerie sejam reclassificadas como "comércio essencial", para permanecerem abertas durante a pandemia.

Os comerciantes exigem a reclassificação da roupa íntima como produto 'essencial' e, portanto, a reabertura das lojas afetadas pela pandemia.
Os comerciantes exigem a reclassificação da roupa íntima como produto 'essencial' e, portanto, a reabertura das lojas afetadas pela pandemia. © Facebook/Nathalie Paredes
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Pacotes e envelopes para lá de originais devem chegar em breve a Matignon, a residência oficial do primeiro-ministro da França, Jean Castex. É que 80 gerentes de lojas independentes de roupas íntimas da França decidiram enviar calcinhas ao primeiro-ministro Jean Castex, em sinal de insatisfação. Eles contestam o fechamento de seus negócios, considerados "não essenciais", durante o lockdown no país.

“Uma ação simbólica mas acima de tudo humorística”, explicam os comerciantes. Na carta dirigida a Castex, uma mensagem: "você encontrará em anexo a esta carta um elemento da vida cotidiana ainda considerado não essencial por seu governo: a calcinha".

Calcinhas prestes a serem enviadas para o primeiro-ministro francês, Jean Castex.
Calcinhas prestes a serem enviadas para o primeiro-ministro francês, Jean Castex. © Facebook/ Cec Nig

Em um vídeo postado no TikTok na segunda-feira (19), que viralizou na França, uma gerente de uma loja de lingerie expressou seu aborrecimento: "Não, não somos desnecessários. Não, colocar calcinha todas as manhãs não é uma coisa a ser relegada para o segundo plano. Temos o direito de abrir, como outras lojas, como lojas de discos ou centros de jardinagem", disse. E concluiu: “Achamos engraçado, simbólico e significativo enviar uma calcinha ao governo para dizer que não estamos felizes”.

"Distribuidores de felicidade"

Num comunicado, os organizadores da operação afirmam que “não é nas empresas independentes que o risco de transmissão [de Covid-19] é maior. As nossas pequenas lojas nos permitem regular o fluxo de visitantes com precisão. Os grandes hipermercados, por outro lado, estão abertos, e muitas vezes acolhem o público sem respeitar a capacidade estabelecida e nem sempre aplicam medidas de distanciamento social”.

"Além disso", continua o texto, "este tipo de negócio contribui para a economia local. [...] Reforça o tecido social das cidades. Somos os animadores do centro da cidade, os confidentes dos solteiros ou dos idosos, os distribuidores de felicidade aos nossos clientes”, destacam.

Bragas a punto de ser enviadas al primer ministro francés, Jean Castex.
Bragas a punto de ser enviadas al primer ministro francés, Jean Castex. © Facebook/ Margaux Dos Santos

Os comerciantes exigem "a reclassificação da roupa íntima como produto 'essencial' e, portanto, a reabertura das lojas afetadas".

Na sexta-feira passada, o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, reafirmou na rádio France Info que a reabertura das lojas não essenciais não estava prevista antes de meados de maio, assim como de alguns espaços culturais.

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