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França evita novo lockdown e começará a administrar vacina da AstraZeneca/Oxford

A França começará a administrar a vacina da AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19 a partir de sábado (6). Este terceiro imunizante em uso no país será destinado aos profissionais da saúde que ainda não receberam as vacinas da Pfizer e da Moderna, e pessoas de 50 a 65 anos, conforme recomendou a Alta Autoridade da Saúde (HAS, na sigla em francês).

O primeiro-ministro francês, Jean Castex.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex. AP - Thomas Coex
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Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (4), o primeiro-ministro Jean Castex confirmou que o governo não pretende, por enquanto, decretar um novo lockdown no país. Por outro lado, o toque de recolher de 18h às 6h continuará em vigor nas próximas semanas.

O que mais preocupa as autoridades francesas atualmente são as variantes britânica, brasileira e sul-africana do novo coronavírus. Num intervalo de três semanas em janeiro, entre os dias 7 e 27, a cepa britânica passou de uma incidência de 3,3% para 14% dos casos positivos. Epidemiologistas estimam que, a esse ritmo, esta variante será dominante no fim do mês. A linhagem britânica, mais contagiosa, se propaga com mais rapidez na região metropolitana de Paris (Île-de-France) e no oeste (Bretanha).

“Estas variantes não constituem uma ameaça potencial, e sim muito real”, alertou Jean Castex, reafirmando que elas “podem levar a surtos epidêmicos”, como ocorreu recentemente no Reino Unido, na Irlanda e Portugal. No entanto, “a situação não justifica até esta data um novo confinamento, que só deve ser considerado como último recurso”, acrescentou o primeiro-ministro.

Ele reafirmou que o teletrabalho deve ser a regra, para continuar evitando uma aceleração da epidemia.

Números estáveis

O número de contaminações continua elevado, mas num patamar estável – 23.000 e 26.000 novos casos contabilizados nos últimos dois dias. A taxa de positividade dos testes se mantém em torno de 6,6%. As hospitalizações aumentam gradualmente (28.000 atualmente), mas sem dar sinais de crescimento exponencial. 

Do total de leitos de UTI disponíveis no país, 63% estão ocupados por pacientes com a forma grave da Covid-19, o que representa pouco mais de 3.200 doentes – contra 4.900 no segundo semestre do ano passado e 7.000 na primeira onda, entre abril e junho de 2020. Vários estabelecimentos têm desmarcado cirurgias, prejudicando o atendimento de pacientes oncológicos e com outras patologias crônicas.

Com a aproximação das férias escolares, a partir de sábado (6), o primeiro-ministro confirmou que as viagens entre regiões francesas permanecem autorizadas, assim como dentro da União Europeia. Por outro lado, as fronteiras continuarão fechadas para viajantes externos da UE, por medida de precaução. Para viajar para um país externo à UE, os franceses precisam declarar um motivo "indispensável" e submetê-lo à apreciação das autoridades. 

Vacinas

Diante da polêmica criada pela escassez de vacinas, o governo anunciou a reabertura de novos horários para os idosos que fazem parte da primeira fase da campanha. Cerca de 1,7 milhão de pessoas serão beneficiadas até meados de março. O ministro da Saúde, Olivier Verán, reafirmou que 4 milhões de pessoas devem estar vacinadas até o fim de fevereiro. 

Até quarta-feira (3), 1,6 milhão de pessoas tinham recebido a primeira dose da vacina e 102.000 as duas doses.

Na terça-feira (2), o presidente Emmanuel Macron disse que todos os franceses que desejarem poderão ser vacinados até o segundo semestre de 2021. Ele fez a declaração depois de participar de uma reunião com grandes laboratórios farmacêuticos franceses e europeus. No entanto, a imprensa local reagiu à promessa com pessimismo.  

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