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Com febre, tosse e cansado, Macron despacha isolado em residência oficial de Versalhes

Depois de ser testado positivo para a Covid-19, o presidente francês, Emmanuel Macron, está isolado desde quinta-feira (17) no pavilhão da Lanterna, uma das residências do chefe de Estado situada em Versalhes, na região parisiense.

Depois de ser testado positivo para a Covid-19, o chefe de Estado francês "ficará isolado durante sete dias", mas "continuará trabalhando e realizando suas atividades a distância", anunciou a Presidência em um comunicado.
Depois de ser testado positivo para a Covid-19, o chefe de Estado francês "ficará isolado durante sete dias", mas "continuará trabalhando e realizando suas atividades a distância", anunciou a Presidência em um comunicado. AP - Charles Platiau
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O presidente francês continua despachando, isolado na residência, que fica ao lado dos jardins do Castelo de Versalhes. O Palácio do Eliseu anunciou nesta quinta-feira (17) que, depois de sentir sintomas leves, o chefe de Estado realizou um teste PCR e foi diagnosticado com a Covid-19. Além de tosse, febre e cansaço, Macron também tem dores no corpo. Os sintomas são leves, segundo a Presidência francesa, que também confirmou que seu isolamento durará sete dias. 

De acordo com informações da rádio France Info, Macron está cercado de um grupo de colaboradores restrito a um número mínimo de pessoas.

A primeira-dama Brigitte Macron, 67 anos, continua no Palácio do Eliseu e não tem sintomas. Ela havia realizado um teste nesta terça-feira (15) antes de visitar a ala pediátrica de um hospital parisiense. O resultado foi negativo.

Nesta quinta-feira à tarde, o presidente francês participou de uma videoconferência com o Ministério das Relações Exteriores e, em seguida, deu declarações na Conferência Nacional Humanitária que está acontecendo no Quai d'Orsay, sede do Ministério. 

O primeiro-ministro, Jean Castex, que esteve com o presidente e está isolado, também continua despachando normalmente em seu gabinete no hotel de Matignon, no 7º distrito de Paris. O resultado de seu teste, realizado nesta quinta-feira (17), foi negativo. Normalmente, de acordo com o protocolo sanitário em vigor na França, ele deverá ser testado novamente dentro de uma semana.

O porta-voz da Presidência, Gabriel Attal, prometeu "transparência" aos franceses sobre o estado de saúde do presidente. Em entrevista à TV francesa, o deputado e ex-ministro do Interior, Christophe Castaner, disse que Macron "está em seu estado normal quando trabalha, sem dificuldades, intelectualmente ágil e e sem sinais aparentes da doença."

Oposição critica pouco respeito a medidas de proteção

Na véspera de seu teste positivo, o presidente francês presidiu um Conselho de Defesa e um Conselho de Ministros. Na noite de quarta-feira (16), ele convocou uma reunião política no salão de festas do Palácio do Eliseu para falar sobre diversos assuntos: eleições regionais, referendo sobre o clima e os últimos anos de seu mandato, que termina em 2022. Na mesa, dez integrantes do grupo de apoio do presidente no parlamento participaram de um jantar. 

O distanciamento físico e o uso da máscara foram respeitados, disse um participante ao jornal Le Figaro, mas serviu de pretexto para críticas veladas da oposição. A proibição de refeições com mais de seis pessoas à mesa e o toque de recolher às 20h foram medidas impostas pelo governo à população na luta contra a Covid-19 - duas regras ignoradas nessa ocasião pelo presidente. A foto do chefe de Estado francês, já contaminado, ao lado do primeiro-ministro português, António Costa, na quarta-feira (16), também foi destaque em vários sites e jornais. 

O presidente francês já havia sido alvo de críticas pela falta de habilidade em gerenciar as regras de higiene impostas pela epidemia. Em setembro, durante um discurso em uma escola de Aulnat, perto de Clermont-Ferrand, no centro da França, Macron teve um ataque de tosse e tirou sua máscara de tecido, cobrindo a boca com a mão. A sequência viralizou nas redes sociais. 

Quem está contaminado?

O contágio de Macron ocorreu provavelmente durante a cúpula da União Europeia na quinta (10) e sexta (11)  passadas. Ele negociou durante 20 horas ininterruptas com dirigentes dos países-membros do bloco. Em Madri, a equipe do chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que ele fará uma quarentena preventiva até 24 de dezembro após o contato com Macron. Eles se encontraram em 14 de dezembro, em Paris.

O Palácio do Eliseu também informou que o presidente francês cancelará sua viagem ao Líbano prevista para terça e quarta-feiras. O presidente planejava passar a véspera de Ano Novo com os soldados franceses da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) e se reunir, de novo, com os líderes libaneses.

O presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand, também se isolou, já que compareceu a um jantar com o chefe de Estado no Palácio do Eliseu, na quarta-feira à noite. O premiê português, António Costa, também está "em isolamento preventivo". Lisboa informou que Costa testou negativo em um exame de controle da Covid-19. O primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, ambos recebidos nos últimos dias por Macron, também estão isolados. A mesma decisão foi anunciada pelo premiê da Bélgica, Alexander De Croo. 

Na segunda-feira, Macron almoçou com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel - que também entrou em quarentena "como medida de precaução" - e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría, por ocasião do 60º aniversário da instituição. Eles não indicaram até o momento se também serão isolados.

Mensagens de apoio

Vários líderes estrangeiros enviaram mensagens para o chefe de Estado francês. Entre eles o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que já contraiu a doença e chegou a ficar internado na UTI no início do ano.  "Lamento saber que meu amigo Emmanuel Macron testou positivo para a Covid-19. Todos desejamos uma rápida recuperação", escreveu no Twitter.

"Querido @EmmanuelMacron, desejo uma rápida recuperação. Meu coração está com você", tuitou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.  Pouco antes de iniciar seu período de isolamento e de quarentena, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também desejou, pelo Twitter, uma rápida recuperação ao presidente francês.

O presidente russo, Vladimir Putin, se declarou "preocupado" e também desejou ao seu homólogo francês que se recupere rapidamente. O presidente egípcio, Abdel Fatah Al-Sissi, também expressou seu apoio a Macron, que o recebeu na semana passada, assim como à França, "em seus esforços para conter a propagação do vírus." O presidente chinês, Xi Jinping, também mandou um telegrama para o presidente francês. "Em nome do governo e do povo chinês, Xi Jinping expressa seu apoio ao governo e povo francês na luta contra a epidemia", diz a mensagem, de acordo com a rede de TV CCTV.

(RFI e AFP)

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