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Imprensa francesa lembra Giscard d'Estaing, "homem do progresso e da liberdade"

Os principais jornais franceses desta sexta-feira (4) prestam homenagem ao ex-presidente Valéry Giscard d'Estaing, que morreu na noite de quarta-feira (2). Na hora em que a morte do ex-chefe de Estado foi anunciada, há dois dias, as edições impressas de muitos jornais já estavam fechadas e por isso não houve tempo de publicar a notícia.

Na imprensa francesa desta sexta-feira(04), o destaque é para as homenagens dos jornais franceses ao ex-presidente Valéry Giscard d'Estaing, que faleceu na noite de quarta-feira.
Na imprensa francesa desta sexta-feira(04), o destaque é para as homenagens dos jornais franceses ao ex-presidente Valéry Giscard d'Estaing, que faleceu na noite de quarta-feira. © Fotomontagem RFI/Adriana de Freitas
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"Giscard, o poder e a vida" é a manchete do diário Le Figaro, que relembra toda a carreira de Valéry Giscard d'Estaing ou VGE, as iniciais de seu nome e como era chamado o ex-presidente. O jornal destaca que, durante toda a quinta-feira (3), a classe política europeia, em peso, não poupou elogios a seu governo saudado como "reformista", "moderno", "inteligente", e ao ex-líder lembrado como "um homem do progresso e da liberdade".

Segundo Le Figaro, as homenagens não teriam surpreendido o ex-líder da centro direita. Em 1974, após a morte de seu antecessor, o ex-presidente francês Georges Pompidou, Giscard d'Estaing afirmou que "os elogios que recusamos aos vivos se tornam tão cômodos após a morte, porque eles não nos comprometem em nada".

"Nossos anos Giscard" é a manchete de capa do jornal Libération, que publica uma retrospectiva do governo do ex-presidente, que classifica como o "símbolo da modernidade de uma França se livrando das amarras das tradições, antes de mergulhar em uma crise econômica", afirma.

Para o diário, as grandes reformas sociais empreendidas por Giscard d'Estaing - como a legalização do aborto e do divórcio por consentimento mútuo, a criação da primeira secretaria de Estado dedicada à mulher e a redução da idade mínima de votação de 21 anos para 18 anos - transformaram de forma inédita a França. 

Tudo isso foi "um canto do cisne", destaca o jornal - em referência à lenda de que esse animal entoaria uma bela melodia antes de morrer. Libé lembra que Giscard d'Estaing, que considera como "um grande burguês submerso nas águas do clássico conservadorismo" terminou seu mandato, em 1981, com a popularidade em baixa e em meio à uma grave crise econômica. 

"Um homem que mudou a França" é manchete do jornal Le Parisien. O diário lembra as palavras do presidente francês, Emmanuel Macron, que classificou Giscard d'Estaing como "uma figura central da história da República francesa"

A matéria também indica que o governo determinou 9 de dezembro como dia de luto nacional no país. No entanto, como determinado pelo ex-chefe de Estado em seu testamento, não haverá uma cerimônia pública e o funeral ocorrerá apenas em família. 

Au revoir

Na manchete de capa do jornal La Croix, apenas uma expressão: "Au revoir", com uma foto preto e branco em página inteira de Giscard d'Estaing na porta de um avião acenando a mão em sinal de adeus, se despedindo.

O diário faz referência ao último pronunciamento que o ex-presidente fez, ao deixar o governo, em 1981, após a eleição de seu rival, o socialista François Mitterrand. Em um discurso transmitido em cadeia nacional de rádio e TV, Giscard d'Estaing pronunciou um teatral "au revoir" (adeus), levantando-se e deixando a cadeira vazia - uma cena que entrou para a história. 

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