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França: Ex-presidente Sarkozy é indiciado por financiamento ilegal de campanha com fundos líbios

O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy foi indiciado na segunda-feira (12) por financiamento ilegal de sua campanha eleitoral de 2007, acusado de usar verbas com origem na Líbia. A decisão da Justiça foi revelada nesta sexta-feira (16). Segundo a legislação francesa, o ex-chefe de Estado responde pelo crime de “formação de quadrilha”.

Financiamento ilícito de campanha: Nicolas Sarkozy indiciado em processo de "formação de quadrilha".
Financiamento ilícito de campanha: Nicolas Sarkozy indiciado em processo de "formação de quadrilha". AFP - MARTIN BUREAU
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Sarkozy foi indiciado após quatro dias de audiências, em um processo que contou com um interrogatório de mais de 40 horas. A informação sobre o indiciamento, revelada pelo jornal online Mediapart, conhecido na França por seus furos de reportagem, foi confirmada pela Procuradoria.

O ex-chefe de Estado, que dirigiu o país entre 2007 e 2012, reagiu imediatamente ao anúncio. “Recebi a notícia desse novo indiciamento com estupefação. Minha inocência é desprezada mais uma vez por uma decisão que não apresenta nenhuma prova de qualquer tipo de financiamento ilegal”, disse Sarkozy em sua página no Facebook. “Eu acabarei provando a minha inocência. Investirei toda a determinação e energia da qual sou capaz. A injustiça não vencerá”, martelou o ex-chefe de Estado.

J’ai appris cette nouvelle mise en examen avec la plus grande stupéfaction. Voici donc franchie une nouvelle étape dans...

Publiée par Nicolas Sarkozy sur Vendredi 16 octobre 2020

O processo visando o ex-presidente já dura anos, mas ganhou força no final de janeiro, quando juízes acusaram Thierry Gaubert, um colaborador de Sarkozy, de "associação ilícita" por supostamente ter recebido recursos do regime líbio de Muamar Khadafi, que poderiam ter financiado a campanha presidencial do candidato de direita em 2007. Em seguida, a Justiça ampliou as investigações, qualificando o processo de “formação de quadrilha”, o que abriu a via para o indiciamento de novos suspeitos potenciais, entre eles o próprio Sarkozy.

"Todos podem ver que é uma decisão sem precedentes, coerente com as investigações realizadas. O processo segue o seu curso", disse Vincent Brengarth, advogado da organização de combate à corrupção Sherpa, que participa do caso ao lado da acusação.

Esse é o quarto processo na justiça visando Nicolas Sarkozy. O presidente francês já foi acusado em março de 2018 por três supostos crimes: corrupção passiva, apropriação indevida de recursos públicos e financiamento ilegal de campanha.

(Com informações da AFP)

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