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A Semana na Imprensa

Caso Sarkozy: devassa em celulares de advogados gera suspeita de abuso de poder de procuradores

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O poder Judiciário na França é de fato independente ou tenta interferir nos rumos políticos do país? Esse debate veio novamente à tona depois das revelações feitas pela revista semanal Le Point envolvendo um processo judicial contra o ex-presidente Nicolas Sarkozy.

Manchete da revista Le Point desta semana: novo caso de escutas telefônicas envolvendo o ex-presidente Nicolas Sarkozy.
Manchete da revista Le Point desta semana: novo caso de escutas telefônicas envolvendo o ex-presidente Nicolas Sarkozy. © Reprodução RFI
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A publicação relata que a Procuradoria Nacional Financeira de Paris investigou em vão, durante cinco anos, os telefonemas efetuados por dezenas de advogados, promotores e juízes, com o objetivo de identificar quem havia avisado o ex-presidente Nicolas Sarkozy e seu advogado Thierry Herzog que eles estavam com os respectivos celulares grampeados no início de 2014.

O grampo fazia parte das investigações de suspeita de financiamento ilegal da campanha presidencial de Sarkozy, em 2007. Um caso complexo que acabou resultando no indiciamento de Sarkozy por corrupção e tráfico de influência envolvendo um juiz. A suspeita de financiamento ilegal por uma doação em dinheiro da milionária Liliane Bettencourt, dona do grupo L'Oréal, já falecida, foi arquivada. O ex-presidente de direita será julgado em novembro deste ano.

Porém, paralelamente às investigações sobre o caso, a Procuradoria Nacional Financeira quis saber se Sarkozy tinha informantes entre os maiores criminalistas de Paris ou membros do Judiciário. A solução adotada pelos procuradores foi fazer uma enorme devassa nos celulares de juristas que são protegidos pelo sigilo profissional.

Os procuradores quebraram o sigilo de dezenas de contas telefônicas e tentaram, por meio da análise de cada chamada, descobrir quem tinha contato com Sarkozy e seu advogado. Após cinco anos de "espionagem" de ligações entre clientes e advogados, e entre advogados e magistrados, a Procuradoria Nacional Financeira encerrou o procedimento por não ter encontrado o informante.

O caso gera uma enorme controvérsia sobre abuso de poder por parte do Judiciário. A revista Le Point questiona se a Procuradoria Nacional Financeira, um órgão que tem apenas sete anos de existência, não deveria ser extinta, por suspeição de perseguição política ao ex-presidente de direita.   

Sarkozy tuitou que tem apenas um pedido a fazer: "respeito ao Estado de Direito". A Procuradoria Nacional Financeira, suspeita de tentar influenciar os rumos políticos do país, alega ter agido estritamente dentro da lei.

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