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Macron visita nesta quarta região devastada por tempestade na França

As equipes de resgate trabalharam incansavelmente nesta terça-feira (6) para tentar encontrar os desaparecidos e socorrer os vilarejos afetados pela tempestade Alex que devastou a região montanhosa perto de Nice, no sudeste da França, na sexta-feira (2). O presidente francês Emmanuel Macron visitará o local nesta quarta-feira (7).

O cemitério de Saint-Dalmas-de-Tende, no sudeste da França, quase na fronteira com a Itália, foi praticamente destruído pela tempestade Alex que devastou a região na última sexta-feira, 2 de outubro de 2020.
O cemitério de Saint-Dalmas-de-Tende, no sudeste da França, quase na fronteira com a Itália, foi praticamente destruído pela tempestade Alex que devastou a região na última sexta-feira, 2 de outubro de 2020. AFP
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A região faz fronteira com a Itália, que também foi atingida pela tempestade e registra dois mortos. Na França, quatro pessoas morreram e há pelo menos oito desaparecidos. As autoridades também buscam outras treze pessoas que, desde a tragédia, não deram mais notícias a seus familiares e são consideradas "supostamente desaparecidas"

As chuvas destruíram estradas, pontes e rede elétrica da região. Cerca de 5.000 famílias ainda estão sem eletricidade. Vários povoados continuam inacessíveis e os habitantes fazem longas e perigosas jornadas para ir trabalhar ou procurar comida.

"Nunca tivemos um fenômeno tão violento e localizado, com lugares tão longínquos. É muito excepcional", disse Marianne Laigneau, presidente do conselho de administração da companhia elétrica Enedis, destacando que em alguns locais as inundações danificaram até a rede subterrânea.

Corpos de cemitério levados pelas águas

O vilarejo de Tende é um dos mais afetados. O cemitério local foi quase completamente destruído e 150 corpos enterrados foram levados pelas águas do rio que atravessa a cidade. "Os corpos percorreram 20 km e acabaram por todo lado, às vezes em jardins. Os habitantes avisaram para que os bombeiros fossem recuperá-los”, explicou o prefeito do vilarejo, Jean-Pierre Vassallo.

O presidente da região da Riviera Francesa, Jean-Claude Guibal, chegou a dizer que moradores chegaram a “reconhecer” alguns cadáveres levados pelo rio Roya. Os corpos já recuperados foram colocados em uma sala municipal. “Não temos uma câmara frigorífica e isso cria um problema de preservação e conservação”, declarou Guibal na radio France Info. Ele disse que "a emergência em Tende é água e apoio psicológico para moradores muito chocados".

Em Saint-Martin-Vésubie, também teve o cemitério devastado pelas enchentes. O acesso à cidade é difícil e um cavalo foi mobilizado para levar comida à população. "As pessoas estão começando a entrar em pânico, e a se sentir abandonadas", apesar das doações de alimentos e produtos de primeiras necessidades que chegam em massa, informou.

Parque de animais destruído

Um parque de animais, localizado em Saint-Martin-Vésubie, também foi parcialmente destruído. Sete lobos negros canadenses que viviam no local teriam fugido e são procurados por um helicóptero que sobrevoa a área. “Espero que eles tenham conseguido escapar”, torce Véronique Luddeni, veterinária deste parque natural nacional do Mercantour. Ela garantiu que os lobos não representam nenhum perigo para a população.

"A prioridade é localizá-los e capturá-los com um rifle hipodérmico", detalhou Eric Hansen, diretor regional do Escritório Francês de Biodiversidade.

Já os lobos brancos do ártico tiveram menos sorte. O recinto que os abrigava, mais próximo do rio, foi completamente arrastado pela enchente. "Um lobo ártico morreu” indicou o Sindicato para o Desenvolvimento do Vale do Vésubie, em sua página no Facebook. Provavelmente, os outros dois lobos da espécie que viviam no parque também estão mortos.

Um terceiro espaço, o dos lobos cinzentos da Europa central, foi preservado e os três animais da espécie tiveram que ser alimentados por helicóptero nesta terça-feira.

(Com informações da AFP e rádio France Info)

 

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