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Coronavírus: 329 prefeitos da região parisiense pedem que escolas continuem fechadas em 11 de maio

A Associação dos Prefeitos da Região Parisiense publicou uma carta aberta direcionada ao presidente francês, Emmanuel Macron, neste domingo (3), pedindo que as escolas não reabram em 11 de maio. A data, que marca o início do relaxamento das medidas de quarentena na França, é considerada precipitada pelas autoridades locais.

A Associação dos Prefeitos da Região Parisiense publicou no domingo (3) uma carta aberta direcionada ao presidente francês, Emmanuel Macron,  pedindo que as escolas não sejam reabertas em 11 de maio - data prevista para o início do relaxamento da quarentena na França.
A Associação dos Prefeitos da Região Parisiense publicou no domingo (3) uma carta aberta direcionada ao presidente francês, Emmanuel Macron, pedindo que as escolas não sejam reabertas em 11 de maio - data prevista para o início do relaxamento da quarentena na França. AFP - DAMIEN MEYER
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"Senhor presidente da República, na região parisiense, o Estado não pode se abster de sua responsabilidade da reabertura das escolas em 11 de maio. Esse calendário é impraticável e irrealista", escreve a Associação dos Prefeitos da Região Parisiense em uma carta aberta publicada no site do jornal francês La Tribune.

O documento, assinado por 329 prefeitos - entre eles, a de Paris, Anne Hidalgo - denuncia a falta de organização do governo, além da impossibilidade de receber os alunos em boas condições. “A preparação do fim do confinamento se faz em um calendário forçado, quando ainda não temos todas as informações para orientar a população”, afirma a carta aberta.

A associação pede, desta forma, o adiamento da abertura das escolas. “A flexibilização e a adaptação às condições locais são necessárias e os prefeitos desejam, evidentemente, estar associados às negociações. (…) Mas a falta de engajamento do Estado de suas responsabilidades em matéria educativa e sanitária, em plena crise e quando o estado de emergência será prolongado, é inimaginável”, reitera o documento.

Polêmica volta às aulas

Várias organizações sindicais já haviam criticado, nos últimos dias, a data de volta às aulas, considerada “arbitrária”. A principal organização do ensino primário, a SNUipp-FSU lembrou que esse calendário não foi aprovado por nenhuma autoridade médica. Já a central sindical Sud reivindica a reabertura das escolas em setembro devido “às exigências impraticáveis”.

“As condições sanitárias não estão reunidas e não permitem uma volta às aulas em maio em boas condições para os alunos e profissionais. Recomeçar em setembro permitiria ter tempo para preparar melhor as aulas e os estabelecimentos tanto na organização do material quanto em contratações suplementares”, afirma o sindicato.

Pais também se preocupam com a reabertura das escolas em um momento em que vários países europeus, entre eles a França, registram casos da Síndrome de Kawasaki em crianças contaminadas pelo coronavírus. O próprio Conselho Científico francês – criado pelo governo durante a pandemia – recomendou a reabertura das escolas somente em setembro. Mas o governo insiste na volta às aulas em 11 de maio.

Nesta segunda-feira (4), ao apresentar o projeto do fim gradual da quarentena ao Senado, o primeiro-ministro Edouard Philippe afirmou que a reabertura das escolas é uma prioridade do governo. “Onde ela pode acontecer, ela vai acontecer, se possível para as crianças que mais precisam”, afirmou.

Os estabelecimentos escolares estão fechados desde 16 de março na França devido à epidemia que já deixou 24.895 mortos no país. O projeto do governo prevê a abertura dos maternais e do ensino primário a partir de 11 de maio. As classes seguintes devem voltar as aulas a partir de 18 de maio. Já a situação do ensino médio será reavaliada no final do mês, segundo o primeiro-ministro. As medidas foram aprovadas pela Assembleia, na semana passada, e passam por exame e votação no Senado nesta segunda-feira.

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