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Na França, maior mercado do mundo cede espaço para velório de vítimas de Covid-19

Na região de Paris, o mercado de Rungis, maior entreposto de produtos frescos do mundo, cedeu um de seus prédios para os velórios das vítimas de Covid-19. Na sexta-feira (17), cerca de 800 caixões ocupavam o espaço.

O mercado de Rungis, maior entreposto de frutas e legumes do mundo, cedeu um de seus galpões para servir de velório temporário.
O mercado de Rungis, maior entreposto de frutas e legumes do mundo, cedeu um de seus galpões para servir de velório temporário. AFP - GEOFFROY VAN DER HASSELT
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Diante da saturação dos serviços funerários, a França precisou encontrar opções para o cuidado com os corpos de vítimas da epidemia. Na região de Paris, um dos prédios do maior mercado de distribuição de alimentos do país foi requisitado pelo governo para abrigar velórios temporariamente.

A sete quilômetros de Paris, o necrotério provisório tem capacidade para receber mil caixões. Na última sexta-feira, o espaço comportava pouco menos de 800 vítimas da Covid-19, segundo o jornal Le Parisien.

O país soma mais de 18 mil mortos pelo coronavírus, sendo mais de 4 mil deles em Île de France, região onde se localiza Paris.

O velório temporário é usado há 15 dias, e tem um espaço para refrigeração dos corpos e preparação do caixão segundo as medidas sanitárias exigidas devido ao risco de contaminação. Além de ter lugar para que as famílias possam fazer uma rápida cerimônia de adeus.

Neste sábado (18), um segundo necrotério temporário passou a funcionar em um prédio refrigerado de Essone, também na região parisiense. O prédio com capacidade para outros 450 caixões não conta, no entanto, com área para acolher as famílias.

Despedida em período de exceção

No mercado de Rungis, as famílias são recebidas em um galpão com 14 tendas brancas que servem de salas individuais. Nesse espaço, parcamente decorado com flores, um máximo de três pessoas podem dizer seu último adeus a seu familiar, seguindo as regras mais restritas em vigor para as vítimas do coronavírus.

Cerca de 20 minutos antes de ser levado para o crematório, o corpo fica disponível para os últimos rituais, segundo reportagem do jornal Libération.

“Eu não queria dizer adeus à minha mãe no mercado de Rungis”, contou Bruno Lefèvre ao canal BFMTV. Bruno perdeu sua mãe de 89 anos para a Covid-19. “É difícil estar embaixo de uma tenda de plástico para dizer adeus à pessoa que você mais amou no mundo.”

Enquanto os familiares se despedem de seus mortos neste local temporário para velórios, a venda de frutas, legumes e carnes continua a ser feita nos outros prédios do espaço de 1 milhão de metros quadrados.

França segue em confinamento até maio

Em confinamento total desde 17 de março, a França começa a ver uma possível saída da crise do coronavírus. Após acompanhar por mais de um mês balanços diários com números crescentes de pessoas internadas e mortas pela Covid-19, nesta semana, pela primeira vez, os hospitais tiveram um alívio na sua ocupação.

Na noite de sexta-feira, o diretor-geral de Saúde, Jérôme Salomon, anunciou que pelo terceiro dia consecutivo o número de pessoas hospitalizadas com Covid-19 no território francês teve queda (-115), assim como o número de pacientes na UTI (- 221 pessoas). “É uma redução lenta mas regular.”

Na sexta, eram 31.061 pessoas internadas pelo coronavírus em território francês, 5.922 delas em UTI.

Desde o início da crise, mais de 34 mil pessoas contaminadas pelo vírus saíram curadas do hospital.

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