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Justiça/EUA

Harvey Weinstein é condenado a 23 anos de prisão por agressão sexual e estupro

O ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão por agressão sexual e estupro. A sentença foi anunciada pelo juiz James Burke, de Manhattan nesta quarta-feira (11). O americano já havia sido considerado culpado há duas semanas.

O ex-produtor americano Harvey Weinstein, em foto de 24 de fevereiro de 2020.
O ex-produtor americano Harvey Weinstein, em foto de 24 de fevereiro de 2020. REUTERS/Lucas Jackson
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O famoso magnata de 67 anos corria o risco de receber uma pena mínima de cinco anos e máxima de 29 anos de prisão, após um veredicto histórico em 24 de fevereiro. A sentença pronunciada é uma vitória para o movimento #MeToo.

O júri considerou Weinstein culpado de agressão sexual em primeiro grau por praticar sexo oral forçado na ex-assistente de produção Mimi Haleyi, em julho de 2006. O produtor de filmes como "Pulp Fiction" e "Shakespeare Apaixonado" também foi declarado culpado de estupro em terceiro grau da atriz Jessica Mann em março de 2013.

No entanto, Weinstein foi considerado inocente do crime de estupro em primeiro grau de Mann, assim como de duas acusações de ser um predador sexual, os delitos mais graves no processo.

Weinstein se diz "perseguido"

O ex-produtor chegou ao tribunal em uma cadeira de rodas. "Não sou a mesma pessoa que era quando essa crise começou", declarou ao juiz, pedindo clemência antes de saber a sentença. "Talvez nunca mais veja os meus filhos", acrescentou, ressaltando que não tinha tanto poder como se diz.

Weinstein afirmou ainda que sua empresa era "pequena" e comparou as denúncias contra homens poderosos acusados de assédio e agressão sexual com a perseguição dos comunistas lançada pelo senador Joseph McCarthy na Guerra Fria. "Estou preocupado com este país", concluiu.

Os procuradores pediram a Burke uma sentença dura, já que o magnata cometeu abusos "durante toda sua vida" e mostrou "uma total falta de remorsos" por suas ações. Em uma carta, também solicitaram ao juiz que considerasse outras 36 acusações de assédio e de agressão sexual contra Weinstein, que datam dos anos 1970 e que não fizeram parte do processo.

O ex-produtor "mostrou uma atitude de superioridade e uma total falta de compaixão pelo próximo", escreveu a promotora Joan Illuzzi.

Já a defesa pediu ao juiz que aplicasse a pena mínima, porque Weinstein é um profissional bem-sucedido que ganhou dezenas de Oscars. "Sua história de vida, suas conquistas, suas lutas são simplesmente notáveis e não devem ser ignoradas, devido ao veredicto do júri", alegou.

Os advogados do produtor asseguram que uma sentença de 29 anos de prisão equivaleria à pena de morte. A defesa alegou que, segundo as estatísticas, um homem com o estado de saúde "frágil" de Weinstein não viverá mais que 12 anos.

Vítimas expressam alívio

As vítimas do magnata - Jessica Mann, de 34 anos, e Mimi Haleyi, de 42 - falaram diretamente ao juiz.

"O incidente com Harvey Weinstein mudou o curso da minha vida. Esmagou parte da minha alma", disse Haleyi. "Agora estou aliviada por saber que ele não está acima da lei", afirmou ainda, acrescentando que a sentença de Weinstein vai ajudá-la a processar a "vergonha" e a "culpa" que sentiu pelo que aconteceu.

"Esse homem roubou meu corpo" e "sou obrigada a carregar o fardo dessa experiência comigo até morrer", declarou Jessica Mann.

Na terça-feira (10), vários jornais americanos publicaram documentos judiciais mostrando que Weinstein pediu ajuda aos bilionários Jeff Bezos e Michael Bloomberg quando foi alvo de um tsunami de acusações de agressão sexual em outubro de 2017.

Pai de cinco filhos, o ex-produtor de cinema não foi preso imediatamente após o veredicto, porque começou a sentir palpitações e dores no peito. Foi levado para um hospital, onde ficou vários dias internado. Depois foi submetido a uma cirurgia cardíaca e, em 5 de março, transferido para o presídio de Rykers Island, no Bronx.

(Com informações da AFP)

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