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França/Municipais

Duelo feminista à prefeitura de Paris confirma derrota anunciada de partido de Macron nas municipais

Pesquisa do Instituto Odoxa, publicada pelo jornal Le Figaro desta segunda-feira (27), confirma que duas mulheres se impõem como as candidatas favoritas à prefeitura de Paris. Nenhuma delas é do partido do presidente Emmanuel Macron.

Se as eleições municipais francesas fossem realizadas hoje, a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, seria reeleita segundo pesquisa do Instituto Odoxa.
Se as eleições municipais francesas fossem realizadas hoje, a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, seria reeleita segundo pesquisa do Instituto Odoxa. RFI/Edmond Sadaka
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A pouco menos de dois meses do primeiro turno das eleições municipais francesas, marcado para 14 de março, o duelo feminino se evidencia na capital francesa, aponta a manchete de capa do Le Figaro. A disputa será entre a atual prefeita socialista, Anne Hidalgo, e a candidata do partido conservador Os Republicanos, Rachida Dati.

A diferença de intenções de voto entre as duas diminuiu para apenas três pontos, indica a pesquisa eleitoral publicada pelo jornal. Os candidatos do Partido A República em Marcha (LREM), da maioria no poder, e dos Ecologistas, perdem terreno.

Segundo o instituto Odoxa, se o primeiro turno fosse realizadohoje, Anne Hidalgo venceria com 23%, seguida por Rachida Dati com 20%. No segundo turno, a atual prefeita socialista seria reeleita graças ao apoio dos ecologistas e comunistas. O problema, afirma Le Figaro, é que 63% dos entrevistados afirmam que não querem que Hidalgo seja reeleita e a atual prefeita perde intenções de votos a cada pesquisa. A sorte da socialista é que seus adversários têm índices de popularidade ainda piores.

Partido dividido

Além disso, o partido A República em Marcha participa da eleição dividido, com dois candidatos: o oficial, Benjamin Griveaux, e o dissidente, Cédric Villani. Mas mesmo se eles se unissem, como quer o presidente Macron, eles seriam derrotados nas urnas.

O presidente francês se encontrou nesse domingo (26) com o dissidente Villani e pediu que ele apoiasse Griveaux, sem sucesso. Villani mantém sua candidatura e sua decisão é um “verdadeiro desacato” para o presidente, afirma Le Parisien. Macron demorou em intervir para acabar com a disputa entre os dois e, provavelmente, perdeu a oportunidade de ganhar a prefeitura da capital, critica Libération.

Derrota anunciada em outras cidades

Mas Paris não é o único problema do partido presidencial nessas eleições municipais. A sigla LREM esperava uma vitória nas principais metrópoles francesas, mas as pesquisas são a cada dia mais desfavoráveis. O partido é obrigado a rever suas ambições e hoje o “salve-se quem puder” é o lema da campanha, destaca Libération.

Apesar de incitados por Macron, vários ministros hesitam em se candidatar diante da derrota anunciada, a começar pelo primeiro-ministro Edouard Philippe, que poderia disputar a prefeitura do Havre. O partido já se contenta em dizer que tem chances de apoiar um candidato próprio ou de outro partido em 700 das 1.150 maiores cidades do país. Em 300 municípios, principalmente onde o partido Reunião Nacional, de Marine Le Pen, é forte, o LREM não terá candidatos e fará campanha contra a extrema direita.

As eleições municipais de março serão o primeiro grande teste eleitoral para a maioria no poder. A votação deveria dar ao partido macronista a base, a implantação local que ele precisa, mas o resultado anunciado não será brilhante, escreve o jornal progressista em seu editorial. O movimento dos coletes amarelos ilustrou a desconexão do macronismo com as bases e o atual movimento de contestação contra a reforma da Previdência vai influenciar com certeza a votação, prevê Libération.

A estratégia de Macron, que conquistou votos de eleitores tanto de esquerda quanto de direita para sua eleição em 2017, parece agora comprometida e as alianças eleitorais insignificantes. As derrotas anunciadas para o centrista e as vitórias do partido de Marine Le Pen são um péssimo presságio para um presidente que pretende se reeleger em 2022 assumindo a postura de um escudo contra a extrema direita, conclui o editorial de Libération.

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