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França/ Greve

França: Refinarias fazem paralisação de 96 horas contra reforma da Previdência

O conflito social sobre o projeto de reforma da Previdência na França está no seu 34º dia. Nesta terça-feira (7), o governo recebeu sindicatos para uma nova rodada de negociações, mas, apesar de ter feito algumas concessões, não mudou a idade mínima para a aposentadoria, que subiria dos atuais 62 para 64 anos. Uma nova reunião foi agendada para a sexta-feira (10). Enquanto isso, as refinarias voltam a pressionar, interrompendo a distribuição de combustível.

A refinaria de Donges em 2 de dezembro de 2019.
A refinaria de Donges em 2 de dezembro de 2019. LOIC VENANCE / AFP
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Como em 2010, quando a idade legal de aposentadoria foi aumentada para 62, durante o mandato de Nicolas Sarkozy, os funcionários das refinarias francesas estão mobilizados contra o projeto de reforma do governo Macron. Uma convocação de bloqueio total de refinarias foi lançada pela filial química da central sindical CGT entre 7 e 10 de janeiro de 2020. Desde dezembro, os petroleiros já bloqueiam parcialmente a maioria das refinarias do país.

Todos os canais de distribuição bloqueados

“Durante 96 horas, não haverá entrega de combustível da refinaria, seja por oleoduto, barco, trem ou caminhão", promete o líder sindicalista CGT Donges, citado pelo jornal Ouest France. Quanto à CIM, o depósito marítimo de petróleo em Le Havre, deveria fechar nesta terça-feira "durante 96 horas", disse Thierry Defresne, representante sindical central da Total. "Os aeroportos de Orly e Roissy [os principais de Paris] não serão mais abastecidos com querosene", assegura.

A França continental tem oito refinarias, algumas das quais foram bloqueadas por várias semanas com a oferta mínima de serviço. A francesa Total tem cinco, a Esso, duas, e a Petroineos, uma. Segundo Thierry Defresne, sete em oito estarão em greve nos próximos dias.

A Total garante que o movimento "não terá impacto na oferta, nem entre 7 e 10 de janeiro, nem depois". Em um comunicado de imprensa, a gigante do petróleo se diz "perfeitamente" preparada para todas as eventualidades”. As quatro refinarias do grupo Total em Donges, Feyzin, Normandia e Grandpuits e a bio-refinaria em La Mède operam e produzem normalmente", diz Total. Apenas os depósitos associados a Grandpuits e La Mède estão bloqueados, segundo a empresa.

A organização energética da França

Os combustíveis são distribuídos em 200 depósitos. A capacidade total de armazenamento atingiu 19,5 milhões de metros cúbicos em 2018, de acordo com os últimos dados disponíveis, o que representa cerca de 40% do volume total consumido anualmente. Portanto, é complicado bloquear cada depósito, comenta a AFP. Esses locais são fornecidos por oleodutos, trens ou navios. Por sua vez, eles servem os postos de combustível por meio de caminhões-tanque.

Cada um das 11.000 postos do país tem autonomia de dois a três dias, para que uma interrupção no fornecimento não seja sentida imediatamente. Mas os fenômenos de pânico são possíveis. Para permitir o abastecimento da França continental, apesar dos bloqueios, o governo pode liberar estoques estratégicos em reserva, o equivalente a três meses de consumo. Foi o que foi feito em dezembro, durante os primeiros bloqueios.

As autoridades também podem racionar combustível na bomba ou fazer requisições para garantir a continuidade dos serviços públicos. E as empresas petroleiras podem se organizar de maneira diferente, principalmente importando mais. Produtos de petróleo refinados no exterior são importados, como é o caso do diesel, que a França consome muito e quase a metade é importada. O país, por sua vez, exporta gasolina.

 

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