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Saiba como a Ucrânia tenta lidar com um inverno rigoroso em meio à intensificação dos ataques russos

A Ucrânia, em guerra, se prepara para a chegada do inverno. À medida que a luta contra o Exército russo continua, as condições meteorológicas se degradam. Uma primeira nevasca atingiu o sul, o centro e o leste do país no início da semana. O mau tempo causou cortes de energia em milhares de municípios na Crimeia, Donbas e nas regiões de Kherson e Zaporíjia.

Membros do serviço ucraniano removem neve para liberar um caminhão após uma forte tempestade na região de Odessa, Ucrânia, nesta foto foi divulgada em 28 de novembro de 2023.
Membros do serviço ucraniano removem neve para liberar um caminhão após uma forte tempestade na região de Odessa, Ucrânia, nesta foto foi divulgada em 28 de novembro de 2023. © Service de presse du commandement des opérations "Sud" des forces armées ukrainiennes / via Reuters
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No front de batalha no sul e no leste do país, os soldados ucranianos vão começar um novo inverno nas trincheiras. Temperaturas congelantes, neve, umidade e ventos tornam as manobras e operações militares mais delicadas e colocam homens e equipamentos à prova.

A ausência de folhas nas árvores, em terrenos predominantemente planos, torna veículos e tanques fáceis de detectar por drones. Mas no futuro imediato, é principalmente a lama que complica as coisas. Como o solo não está suficientemente congelado, os campos e caminhos tornam-se intransitáveis ​​para muitos veículos que não conseguem alcançar suas posições de tiro ou que ficam atolados enquanto tentam escapar do fogo inimigo.

Enfrentando o inverno

No ano passado, as operações militares continuaram durante os meses mais chuvosos e frios, mas a Ucrânia não tinha equipamento suficiente para enfrentar o inverno. Essa situação permitiu à Rússia construir uma defesa imponente na região de Zaporíjia, onde a contraofensiva lançada por Kiev na primavera quase progrediu.

Para este novo inverno, o Exército ucraniano ainda necessita de equipamento e munições. Nos últimos meses, os parceiros ocidentais da Ucrânia entregaram equipamentos mais adequados, como tanques de combate sobre esteiras (que aumentam aderência ao solo), como o alemão Marder ou os americanos Bradleys. Berlim também doou 46 Bandvagn 206, veículos rastreados de transporte de tropas. Espera-se que outros 14 veículos deste tipo ainda sejam fornecidos.

No ano passado, durante o outono e o inverno, a Rússia lançou uma enorme onda de ataques contra as infraestruturas ucranianas, causando cortes significativos de energia, água e aquecimento, e enfraquecendo o sistema de eletricidade. As autoridades ucranianas temem que o cenário se repita.

Apesar de os primeiros meses do outono, setembro e novembro, terem passado sem ataques em grande escala à rede de energia, o chefe do principal fornecedor de eletricidade do país, DTEK, Maxim Timchenko, disse à agência Reuters que a infraestrutura foi alvo de aproximadamente 60 ataques nas últimas semanas.

Outro marco foi alcançado no final da semana passada. No sábado, 25 de novembro, Kiev foi alvo de mais de 70 drones russos durante a noite, o maior ataque deste tipo desde o início da guerra. Dezenas de prédios de apartamentos na capital ficaram sem energia elétrica. O objetivo russo parece ser saturar as defesas aéreas ucranianas e, ao mesmo tempo, destruir infraestruturas essenciais.

Grandes, mas insuficientes entregas de sistemas antiaéreos

Graças às entregas de sistemas de defesa antiaérea americanos, alemães, franceses e italianos, as Forças Armadas ucranianas estão melhor preparadas para enfrentar estes ataques e proteger sua infraestrutura elétrica. Eles possuem sistemas que podem combater ameaças de baixa a alta altitude.

No entanto, continuam faltando munições. A produção de mísseis europeus é muito baixa para suportar o ritmo atual da guerra. Em 14 de novembro, o Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que a União Europeia seria incapaz de entregar um milhão de munições antes da primavera, que começa em abril, como tinha prometido. A Ucrânia necessita três milhões de munições por ano, enquanto a UE produz atualmente entre 600 mil e 700 mil.

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