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Ucrânia: profissionais da Educação lutam para garantir volta às aulas com segurança

Uma volta às aulas sob fogo cruzado. No Hemisfério Norte, é no mês de setembro que os alunos retornam às escolas. E mais do que garantir um ano letivo seguro nas instituições de ensino próximas às zonas de combate, as equipes de educadores na Ucrânia tentam fazer deste momento uma oportunidade para incentivar os refugiados a voltarem às suas regiões. Um ato de bravura que se soma a tantos outros da resistência ucraniana.

Tetyana Samarenkova desce as escadas de uma escola fortemente danificada após um ataque russo, há dois dias, no vilarejo de Velyka Kostromka, na região de Dnipropetrovsk, Ucrânia, em 13 de outubro de 2022.
Tetyana Samarenkova desce as escadas de uma escola fortemente danificada após um ataque russo, há dois dias, no vilarejo de Velyka Kostromka, na região de Dnipropetrovsk, Ucrânia, em 13 de outubro de 2022. AP - Leo Correa
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A edição do Libération desta sexta-feira (4) mostra como as escolas preparam uma verdadeira estratégia de guerra para receber seus estudantes em áreas ainda visadas pelos ataques russos.

A diretora de um colégio conta, por exemplo, sobre a importância do acesso à Internet, para assegurar a continuidade das aulas a distância, mesmo quando as sirenes soarem alertando dos ataques. Essa escola em Zelenodolsk, na região de Dnipropetrovsk, se encontrava a apenas 6 km do front, uma ilha isolada no meio do território ocupado.

A localidade estaria a cerca de 70 km da usina nuclear ocupada de Zaporíjia, o que aumenta ainda mais a atmosfera de ameaça sobre a cidade. Como o abrigo antiaéreo da escola só pode acolher 250 dos seus 500 alunos, estes terão de se revezar entre turnos da manhã e da tarde para frequentar as aulas.

 

 

Em uma outra escola, na região industrial de Karkiv, as marcas dos disparos contra o muro ainda são visíveis. O local protegeu pelo menos 300 moradores da cidade, que se abrigaram em seus porões durante dois meses, durante o início da ofensiva russa. Sua diretora se esforça para que o teto e o abrigo antiaéreo estejam prontos para setembro.

De acordo com o Ministério da Educação ucraniano, 3.536 estabelecimentos de ensino foram atingidos por mísseis russos desde o início do conflito. Pelo menos 337 foram totalmente destruídos.

Um ano e meio depois do fechamento forçado das escolas, seus responsáveis fazem das férias de verão a reta final para colocar tudo em ordem até 1° de setembro.

Resistência

Já a edição do Le Figaro desta sexta-feira aborda "o novo estilo vida" dos resistentes de Kherson, e descreve como esses moradores se organizaram contra as forças russas, ainda antes da tomada de sua cidade. Maior cidade dominada pelos russos, Kherson foi ocupada por três meses.

Mas, mesmo com o fim da ocupação, estes militares e ativistas ucranianos seguem listados em arquivos russos, o que os obriga a mudarem constantemente de endereço e até mesmo de aparência.

Em um aplicativo de mensagens criptografadas, eles continuam a serem convocados para ações de proteção e segurança. Disfarçados e expostos a grandes riscos, eles circulam por áreas ainda ameaçadas.

Apesar da pouca experiência militar, o engajamento e comprometimento destes resistentes permitiram que eles vencessem confrontos, por exemplo, contra paraquedistas russos, considerados uns dos melhores do mundo.

Muitos desses moradores de Kherson se juntam a outros ucranianos que, desde o início da guerra, se recusam a falar russo, ainda que dominem o idioma. Para eles, esse é mais um ato de resistência ao sonho de Moscou de estabelecer "um novo império soviético".

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