Itália presta última homenagem a Berlusconi com funeral de Estado em Milão
Milhares de pessoas prestaram suas últimas homenagens nesta quarta-feira (16) a Silvio Berlusconi, que morreu de leucemia na segunda-feira (12), aos 86 anos. O último adeus dos italianos a Berlusconi aconteceu durante um funeral com honras de Estado, que contou com a presença dos principais políticos do país, além de uma multidão de apoiadores.
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Eric Sénanque, enviado especial a Milão
O caixão de Silvio Berlusconi chegou sob aplausos em frente ao Duomo de Milão, onde telões gigantes foram instaladas para a multidão. Cerca de 9.000 pessoas, admiradores e fãs nostálgicos do Cavaliere se reuniram para prestar suas últimas homenagens.
Entre eles Gaia, de 18 anos, vestindo uma camisa do Monza, time comprado por Berlusconi em 2018. "Ele era o presidente do meu clube e eu tive a honra de conhecê-lo. Ele sempre será lembrado como uma pessoa alegre, que estava sempre fazendo piadas. Quando o Monza subiu para a Série A, ele estava conosco, rindo. Senti que era meu dever estar aqui para lhe dar um último adeus", afirmou à reportagem da RFI.
Toda a classe política presente em Milão
Na catedral, esteve presente toda a família política italiana, do passado e do presente. Além da atual chefe do governo, Giorgia Meloni, e seus dois vice-primeiro-ministros, o coro incluía Matteo Salvini, da Liga, de extrema direita, e Antonio Tajani, o número dois de seu partido, o Forza Italia.
O presidente italiano, Sergio Mattarella, também marcou presença. Os ex-chefes de governo Matteo Renzi, Paolo Gentiloni e Mario Draghi também viajaram para Milão. Muitos adversários políticos do homem que foi quatro vezes presidente do Conselho - cargo equivalente ao de primeiro-ministro - se reuniram para esse funeral de Estado. Os herdeiros políticos do Forza Italia, o partido que ele lançou em 1994 para tomar o poder e que hoje faz parte da coalizão do governo, também estiveram presentes.
"O Forza Italia é formado pelos valores que ele nos ensinou, valores que defenderemos e que a Itália precisa: ser bons europeus, economicamente liberais, mas também defender os valores cristãos. Por ele, seguiremos em frente, e unidos", disse Alessandro Cattaeno, deputado do Forza Italia e número 2 do partido.
Entre os poucos dignitários estrangeiros presentes estavam o emir do Qatar, o xeique Tamim ben Hamad Al-Thani, o presidente do Iraque, Abdel Latif Rachid, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
Nesse dia de luto nacional, a Piazza del Duomo se assemelhava a um estádio de futebol. O caixão de Silvio Berlusconi foi devolvido à mansão do Cavaliere, uma propriedade gigantesca de 12 hectares, onde suas cinzas serão depositadas em um mausoléu.
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