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Giorgia Meloni vai a Bruxelas e Alemanha pressiona Itália a acolher migrantes

A primeira-ministra italiana de extrema direita, Giorgia Meloni, iniciou suas reuniões com os líderes da União Europeia (UE) nesta quinta-feira (3) em Bruxelas, pela primeira vez desde que assumiu o cargo, depois de ter multiplicado, desde sua eleição, comentários reconfortantes em relação ao bloco. Sua visita à sede da UE coincide com mais uma crise de migrantes no Mediterrâneo. 

A recém-nomeada primeira-ministra italiana Giorgia Meloni posa ao ser recebida pelo presidente do Parlamento Europeu na sede do Parlamento Europeu em Bruxelas, em 3 de novembro de 2022.
A recém-nomeada primeira-ministra italiana Giorgia Meloni posa ao ser recebida pelo presidente do Parlamento Europeu na sede do Parlamento Europeu em Bruxelas, em 3 de novembro de 2022. AFP - VALERIA MONGELLI
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"Estou muito feliz por ter escolhido Bruxelas para minha primeira viagem internacional e, em particular, por estar aqui no Parlamento Europeu", declarou a líder italiana de 45 anos, durante seu encontro com a presidente da instituição, Roberta Metsola.

A primeira viagem de Meloni, que se comprometeu a defender os interesses italianos acima de tudo, está sendo escrutinada com cuidado, tendo como pano de fundo a crise energética que está testando a resistência do bloco.

 "A Itália sempre desempenhou um papel central na UE", tuitou a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, no início da reunião. "Com a Rússia invadindo a Ucrânia, os preços da energia e a inflação subindo, mais do que nunca precisamos nos manter unidos. Somos mais fortes se estivermos juntos", disse ela.

A primeira mulher líder de governo na Itália, à frente do governo mais direitista desde o pós-guerra, encontrou-se em seguida com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com o presidente do Conselho Europeu (instituição que representa Estados-Membros), Charles Michel.

Sinal de uma forma de cautela de ambas as partes, nenhuma declaração conjunta foi planejada ao final dessas três reuniões.

O seu encontro cara a cara com von der Leyen foi o primeiro desde o clamor provocado na Itália pelas declarações da presidente da Comissão, que tinha alertado, antes das eleições na península, para as consequências à Itália no caso de desvio dos princípios democráticos.

Segundo o cientista político Lorenzo Codogno, a líder italiana chega a Bruxelas sem intenções bélicas: "Meloni é pragmática e quer ser vista como uma líder moderada", disse à AFP.

Quem lidera a terceira economia da zona do euro deve enfatizar a urgência de medidas europeias para reduzir os preços da energia, uma luta já iniciada por seu antecessor Mario Draghi.

"A voz da Itália na Europa será forte: estamos prontos para enfrentar os grandes problemas, começando pela crise energética, trabalhando por uma solução rápida e eficaz para apoiar as famílias e as empresas e acabar com a especulação", escreveu a líder italiana no Twitter, antes desta série de encontros que são seu batismo de fogo no cenário internacional.

Crise dos migrantes

A Alemanha instou a Itália a resgatar migrantes que estão a bordo de um barco de resgate de uma ONG alemã há mais de uma semana, acrescentando que navios humanitários no Mediterrâneo desempenham um papel importante na salvação de vidas no mar.

Três navios administrados por associações, incluindo um alemão, o Humanity 1, estão no mar da Itália há mais de uma semana e transportam cerca de 1.000 migrantes. Os pedidos para atracar até agora não tiveram sucesso, disseram eles.

Giorgia Meloni disse que os países de onde vêm os navios de resgate devem cuidar dos migrantes, depois que seu governo ameaçou impedi-los de entrar em suas águas.

A Embaixada da Alemanha em Roma disse que havia atualmente 104 menores desacompanhados a bordo do navio de resgate alemão Humanity 1, de acordo com o comunicado enviado à Reuters.

"Muitos deles precisam de cuidados médicos. Pedimos ao governo italiano que lhes forneça assistência rápida", disse o comunicado da embaixada, divulgado na noite de quarta-feira (2).

A associação SOS Méditerranée, cujo barco transporta atualmente 234 pessoas, pediu ajuda à França, depois que Espanha, Grécia, Malta e Itália não responderam às solicitações.

O ministério das Relações Exteriores da Itália disse que pediu à Alemanha que fornecesse informações detalhadas sobre as condições a bordo do Humanity 1 e prometeu fornecer ajuda de emergência, se necessário.

(Com AFP e Reuters)

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