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Crise da energia: Vladimir Putin acusa ocidentais e pede apoio da diplomacia turca

O presidente da Rússia Vladimir Putin acusou, nesta quarta-feira (12), “certos políticos ocidentais” de destruírem a economia de mercado global. De acordo com ele, ao querer limitar o preço do petróleo russo, eles “ameaçam o bem-estar de bilhões de pessoas”. O líder russo voltou a falar num fórum dedicado à energia, em Moscou. Ele ainda afirmou que os vazamentos que afetaram os gasodutos Nord Stream, que ligam a Rússia à Alemanha, fazem parte do “terrorismo internacional”.

O presidente russo, Vladimir Putin, discursa na sessão plenária do 5º Fórum Internacional da Semana da Energia Russa, em Moscou, nesta quarta-feira, 12 de outubro de 2022.
O presidente russo, Vladimir Putin, discursa na sessão plenária do 5º Fórum Internacional da Semana da Energia Russa, em Moscou, nesta quarta-feira, 12 de outubro de 2022. AP - Alexey Maishev
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“Quem está por trás dessa sabotagem? Claramente, alguém que quer, finalmente, romper os laços entre a União Europeia e a Rússia. Alguém que queira acabar com a autonomia da Europa, enfraquecer seu potencial industrial, para conquistar o mercado. E, claro, alguém que seja tecnicamente capaz de organizar tais explosões. Quem já recorreu a esse tipo de sabotagem e foi pego em flagrante, mas ficou impune”, disse Putin. “Os beneficiários são claros”, reforçou o líder russo.

Putin acusou ​​aqueles que, segundo ele, se beneficiam do incidente sem, no entanto, excluir totalmente que a responsabilidade de seu país. Porém, destacou as declarações de hostilidade americanas, antigas ou recentes, em relação a este sistema, e que ressurgiram após as explosões.

Putin desafia os europeus

Segundo Putin, parte do gasoduto Nord Stream 2, que nunca foi colocado em atividade por causa da guerra na Ucrânia, está pronto para funcionar. Quanto aos outros tubos do sistema Nord Stream, somente serão reparados, especificou ele, se a sua exploração for garantida.

O presidente russo afirma, assim, que Moscou pode continuar a fornecer gás aos europeus por meio desse gasoduto restante. "A Rússia está pronta para retomar as entregas", disse ele. “A bola está no campo da União Europeia. Se ela quiser, é só abrir a torneira”, insistiu.

Enquanto isso, os cidadãos europeus continuam sofrendo com o aumento das contas de energia. Em um ano, as faturas de eletricidade e gás mais do que triplicaram. Como na Idade Média, a população começou a estocar lenha para se aquecer neste inverno, que começa em poucas semanas no hemisfério norte. 

O chefe da Federação Russa acusou o G7 e a UE de “destruir” o mercado global de energia ao tentar limitar o preço do petróleo russo. Aos seus olhos, "alguns políticos ocidentais estão realmente destruindo a economia de mercado global" e "ameaçando o bem-estar de bilhões de pessoas" com este projeto.

“Os ideólogos neoliberais no Ocidente já estão experimentando a destruição dos valores tradicionais. Agora, aparentemente, eles também querem destruir a liberdade empresarial e a iniciativa privada”, afirmou o presidente russo.

Apelo diplomático à Turquia

Nesta quarta-feira, o assessor diplomático do Kremlin Yuri Ouchakov falou sobre o encontro entre Vladimir Putin e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, marcado para quinta-feira (13). Os dois homens já se encontraram três vezes nos últimos três meses. O líder turco também se reúne regularmente com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Segundo esta fonte, a Rússia espera que o presidente turco faça uma oferta concreta para mediar o conflito. "Erdogan provavelmente vai oferecer algo oficialmente", considera Yuri Ushakov, dizendo esperar uma "discussão interessante e útil". “Os turcos oferecem sua mediação. Se os contatos (russo-ucraniano) ocorressem, eles seriam feitos em território turco”, destacou.

Desde a ofensiva russa de 24 de fevereiro, Ancara tem tentado manter relações com Kiev e com Moscou, seja dando apoio em uma troca de prisioneiros, em setembro, entre a Rússia e a Ucrânia, ou favorecendo o acordo entre os dois países que permitiu a exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro e do Bósforo, assinado sob a égide da ONU, em julho.

Por duas vezes, em março, a Turquia também reuniu representantes russos e ucranianos em seu solo para negociações sobre o conflito, mas que não tiveram resultado.

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