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Onda de bombardeios com mísseis e drones atinge centro de Kiev e deixa mortos na Ucrânia

Pelo menos cinco pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas em uma série de bombardeios que atingiram Kiev nesta segunda-feira (10), de acordo com um primeiro balanço anunciado pela polícia ucraniana. A maior parte dos ataques ocorreu no centro da capital, mas outras áreas do país também foram atingidas, segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. De acordo com o exército ucraniano, 75 mísseis foram lançados pela Rússia nesta manhã, além de drones iranianos Shahed.

Equipes de resgate supervisionam local de um ataque russo a Kiev, Ucrânia, na segunda-feira, 10 de Outubro de 2022.
Equipes de resgate supervisionam local de um ataque russo a Kiev, Ucrânia, na segunda-feira, 10 de Outubro de 2022. AP - Adam Schreck
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Kiev se tornou alvo da capital russa pela primeira vez desde o dia 26 de junho e fortes explosões foram ouvidas no centro da cidade. Várias ambulâncias foram vistas nas redondezas por volta das 8h15 da manhã. A onda de bombardeios é "sem precedentes" e atingiu, além de Kiev, Lviv, no oeste, Dnipro, no centro, Vinnitsia, Soumi, Kharkiv e Zaporíjia, no sul.

"Eles querem nos destruir, fazer com que a gente desapareça da face da Terra", escreveu Zelensky nas redes sociais. Segundo ele, os russos deram início, nesta segunda-feira, a uma campanha de bombardeio da infraestrutura energética da Ucrânia. "Eles querem semear o pânico e o caos e destruir nossos sistema energético", disse o chefe de Estado em um vídeo transmitido nas redes sociais.

Em Lviv, no oeste da Ucrânia, "as infraestruturas de energia da região  foram bombardeadas", declarou o  governador regional Maxim Kozitskii, no Telegram, pedindo aos moradores que "permaneçam em abrigos" contra "a ameaça de novos ataques", disse. O bombardeio deixou parte da cidade sem eletricidade ou água quente, disse o prefeito Andriy Sadovyi.

A Moldávia disse nesta segunda-feira (10) que mísseis de cruzeiro russos lançados contra a Ucrânia entraram em seu espaço aéreo e convocou o representante de Moscou. "Três mísseis de cruzeiro lançados na Ucrânia esta manhã de navios russos no Mar Negro passaram pelo espaço aéreo da Moldávia", disse o ministro das Relações Exteriores Nicu Popescu no Twitter.

Moradores de Kiev recebem cuidados médicos no local dos bombardeios russos, nesta segunda-feira, 10 de Outubro de 2022.
Moradores de Kiev recebem cuidados médicos no local dos bombardeios russos, nesta segunda-feira, 10 de Outubro de 2022. AP - Efrem Lukatsky

Conselho de Segurança

O Kremlin anunciou que Vladimir Putin convocou nesta segunda-feira seu Conselho de Segurança, que reúne os principais ministros, responsáveis políticos e representantes dos serviços de segurança e das Forças Armadas russas. No domingo, Putin acusou Kiev de ter organizado a explosão que destruiu parcialmente a ponte da Crimeia, que conecta a Rússia à península anexada. Os russos qualificaram a ação de "ato terrorista".

A explosão da ponte inaugurada por Putin em 2018, símbolo da anexação da Crimeia em 2014, é tida como mais uma derrota para a Rússia, que enfrenta dificuldades no campo de batalha. O tráfego automobilístico e ferroviário foi retomado neste sábado, algumas horas depois da detonação do caminhão-bomba, que deixou três mortos.

"Os autores, aqueles que executaram e os mandantes são os serviços secretos ucranianos", disse Putin após uma reunião com o chefe do comitê de investigação russo. "Não ha dúvidas de que se trata de um ato terrorista que visa destruir uma infraestrutura civil russa de importância crítica" declarou.

Bombardeios atingiram centro de Kiev, na Ucrânia
Bombardeios atingiram centro de Kiev, na Ucrânia AP - Efrem Lukatsky

O exército ucraniano e os serviços especiais (SBU) de Kiev não confirmaram nem negaram seu envolvimento na ação, e o presidente Volodymyr Zelensky apenas ironizou em um vídeo sobre o clima "nublado" no sábado na Crimeia - uma provável alusão à fumaça da explosão. Kiev, porém, ameaçou várias vezes atingir esta ponte, símbolo da anexação da Crimeia, que também é usada para abastecer as tropas russas na Ucrânia.

Putin ordenou no final de setembro a mobilização de centenas de milhares de reservistas e a anexação de quatro regiões ucranianas, embora Moscou as controle apenas parcialmente. Em um sinal de descontentamento nos altos escalões com a condução das operações, Moscou nomeou no sábado um novo chefe para liderar sua "operação militar especial" na Ucrânia, o general Sergei Surovikin, de 55 anos.

(Com informações da AFP)

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