Onda de bombardeios com mísseis e drones atinge centro de Kiev e deixa mortos na Ucrânia
Pelo menos cinco pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas em uma série de bombardeios que atingiram Kiev nesta segunda-feira (10), de acordo com um primeiro balanço anunciado pela polícia ucraniana. A maior parte dos ataques ocorreu no centro da capital, mas outras áreas do país também foram atingidas, segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. De acordo com o exército ucraniano, 75 mísseis foram lançados pela Rússia nesta manhã, além de drones iranianos Shahed.
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Kiev se tornou alvo da capital russa pela primeira vez desde o dia 26 de junho e fortes explosões foram ouvidas no centro da cidade. Várias ambulâncias foram vistas nas redondezas por volta das 8h15 da manhã. A onda de bombardeios é "sem precedentes" e atingiu, além de Kiev, Lviv, no oeste, Dnipro, no centro, Vinnitsia, Soumi, Kharkiv e Zaporíjia, no sul.
"Eles querem nos destruir, fazer com que a gente desapareça da face da Terra", escreveu Zelensky nas redes sociais. Segundo ele, os russos deram início, nesta segunda-feira, a uma campanha de bombardeio da infraestrutura energética da Ucrânia. "Eles querem semear o pânico e o caos e destruir nossos sistema energético", disse o chefe de Estado em um vídeo transmitido nas redes sociais.
Em Lviv, no oeste da Ucrânia, "as infraestruturas de energia da região foram bombardeadas", declarou o governador regional Maxim Kozitskii, no Telegram, pedindo aos moradores que "permaneçam em abrigos" contra "a ameaça de novos ataques", disse. O bombardeio deixou parte da cidade sem eletricidade ou água quente, disse o prefeito Andriy Sadovyi.
A Moldávia disse nesta segunda-feira (10) que mísseis de cruzeiro russos lançados contra a Ucrânia entraram em seu espaço aéreo e convocou o representante de Moscou. "Três mísseis de cruzeiro lançados na Ucrânia esta manhã de navios russos no Mar Negro passaram pelo espaço aéreo da Moldávia", disse o ministro das Relações Exteriores Nicu Popescu no Twitter.
Conselho de Segurança
O Kremlin anunciou que Vladimir Putin convocou nesta segunda-feira seu Conselho de Segurança, que reúne os principais ministros, responsáveis políticos e representantes dos serviços de segurança e das Forças Armadas russas. No domingo, Putin acusou Kiev de ter organizado a explosão que destruiu parcialmente a ponte da Crimeia, que conecta a Rússia à península anexada. Os russos qualificaram a ação de "ato terrorista".
A explosão da ponte inaugurada por Putin em 2018, símbolo da anexação da Crimeia em 2014, é tida como mais uma derrota para a Rússia, que enfrenta dificuldades no campo de batalha. O tráfego automobilístico e ferroviário foi retomado neste sábado, algumas horas depois da detonação do caminhão-bomba, que deixou três mortos.
"Os autores, aqueles que executaram e os mandantes são os serviços secretos ucranianos", disse Putin após uma reunião com o chefe do comitê de investigação russo. "Não ha dúvidas de que se trata de um ato terrorista que visa destruir uma infraestrutura civil russa de importância crítica" declarou.
O exército ucraniano e os serviços especiais (SBU) de Kiev não confirmaram nem negaram seu envolvimento na ação, e o presidente Volodymyr Zelensky apenas ironizou em um vídeo sobre o clima "nublado" no sábado na Crimeia - uma provável alusão à fumaça da explosão. Kiev, porém, ameaçou várias vezes atingir esta ponte, símbolo da anexação da Crimeia, que também é usada para abastecer as tropas russas na Ucrânia.
Putin ordenou no final de setembro a mobilização de centenas de milhares de reservistas e a anexação de quatro regiões ucranianas, embora Moscou as controle apenas parcialmente. Em um sinal de descontentamento nos altos escalões com a condução das operações, Moscou nomeou no sábado um novo chefe para liderar sua "operação militar especial" na Ucrânia, o general Sergei Surovikin, de 55 anos.
(Com informações da AFP)
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