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Funeral de Elizabeth II: “Ela não foi apenas a rainha da Inglaterra, ela foi a rainha do mundo”

Foi um dia de fortes emoções em Londres. Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (19), uma multidão invadiu o centro da capital britânica para acompanhar o funeral da rainha Elizabeth II. Telões foram instalados em diversos pontos da cidade e a população se reuniu para o último adeus à monarca.

Jovens envoltos em bandeira com a foto da rainha Elizabeth II estampada no Hyde Park, centro de Londres.
Jovens envoltos em bandeira com a foto da rainha Elizabeth II estampada no Hyde Park, centro de Londres. AP - Lewis Joly
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Daniella Franco, enviada especial da RFI a Londres

Londres literalmente parou para a despedida definitiva de Elizabeth II, em um dia de feriado nacional. O funeral teve início às 11h pelo horário local (7h em Brasília) na abadia de Westminster, região do Parlamento britânico.

O evento foi fechado para cerca de dois mil convidados, celebrado pelo deão de Westminster, David Hoyle, com sermão de Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana. Centenas de líderes estrangeiros, monarcas, chefes de Estado e de governo assistiram à cerimônia, entre eles, o presidente americano, Joe Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, representantes da realeza da Espanha, Suécia, Luxemburgo, Mônaco, além do imperador japonês Naruhito e do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

Toda a região em torno do Parlamento foi bloqueada pela polícia, mas a população assistiu ao evento em telões que foram instalados em parques de Londres. Calcula-se que um milhão de pessoas tenham se reunido no centro da capital para seguir a cerimônia fúnebre.

No Hyde Park, um dos maiores parques de Londres, multidões se aglomeraram diante de vários telões desde cedo. Famílias inteiras se reuniram, grandes grupos de amigos se encontraram e turistas vindos de todo o canto do mundo se juntaram em um clima de confraternização.

Celebração e luto

As amigas Rebecca e Jessica aguardavam sentadas na grama o início do funeral e conversaram com a RFI sobre o sentimento de virar uma página da história. “É uma sensação tão estranha, de celebração e luto”, observa Jessica, sublinhando que “embora nem todos os britânicos admirem a rainha, todos a respeitam”.

As amigas Rebecca (à esquerda) e Jessica, no Hyde Park, em Londres nesta segunda-feira (19).
As amigas Rebecca (à esquerda) e Jessica, no Hyde Park, em Londres nesta segunda-feira (19). © Daniella Franco/RFI

O casal Jay e Pat é originário da África do Sul e mora há cinco anos em Londres. O fato de serem estrangeiros não diminui o carinho por Elizabeth II. “Ela protagonizou momentos históricos no mundo. Não foi apenas a rainha da Inglaterra, ela foi a rainha do mundo”, diz Pat. Para Jay, a última façanha da monarca “foi juntar todo país para um momento de união nacional”.

O casal sul-africano Jay (à esquerda) e Pat são admiradores da rainha Elizabeth II.
O casal sul-africano Jay (à esquerda) e Pat são admiradores da rainha Elizabeth II. © Daniella Franco/RFI

A britano-brasileira Florença, que mora em Londres há dez anos, também evoca o sentimento de comunhão entre as pessoas que as homenagens à soberana criaram. “A rainha Elizabeth é uma figura diplomática, de soft power e, neste momento, em todo o mundo, não há ninguém que possa ser comparado a ela”, diz. Prova disso, ressalta, é “essa parte da história que vai ficar registrada nos livros e a gente está aqui participando disso. É uma honra”.

 

Evento atrai britânicos e turistas

Na multidão, britânicos de todas as partes do país se misturavam a turistas. É o caso da inglesa Verity, que foi ao local “honrar o que a rainha significou para nós”. “Não estou aqui apenas por mim, para prestar apenas a minha homenagem pessoal, mas pela minha família que ainda está viva, mas que não pode vir a Londres hoje. E, além disso, vim em nome de meus avós. A rainha fez parte da vida deles também.”

Os australianos Shankar e Rapthi vieram a Londres para o casamento de amigos. Eles desembarcaram na capital britânica em 8 de setembro, dia da morte da rainha, e se impressionaram com a devoção da população à ela. “Para nós, que somos da Austrália, é realmente uma surpresa a quantidade de amor há pela rainha aqui. Na Austrália, somos mais desapegados. Claro, ainda estamos fazemos parte do Commonwealth, mas é algo realmente diferente”, avalia Rapthi.

O casal australiano Shankar (à direita) e Rapthi desembarcaram em Londres em 8 de setembro, no dia da morte da rainha Elizabeth II.
O casal australiano Shankar (à direita) e Rapthi desembarcaram em Londres em 8 de setembro, no dia da morte da rainha Elizabeth II. © Daniella Franco/RFI

A brasileira Tamires vive na Irlanda e estava passeando com a família em Londres. Embora não tenha vindo à capital britânica especialmente para o funeral da monarca, ela aproveitou para assistir ao evento no Hyde Park junto com os pais e uma amiga. “É muito emocionante ver a quantidade de pessoas que vieram prestigiar a rainha e estamos muito felizes de estar aqui”, afirma.

A brasileira Tamires no Hyde Park, centro de Londres, nesta segunda-feira (19).
A brasileira Tamires no Hyde Park, centro de Londres, nesta segunda-feira (19). © Daniella Franco/RFI

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