Charles III terá que se acostumar a não expressar posições políticas após ser proclamado rei

O rei Charles III será formalmente proclamado o novo monarca do Reino Unido neste sábado (10), no Palácio de St. James, pelo chamado Conselho de ascensão ao trono. O novo soberano terá que se acostumar a não expressar posições políticas.

Charles III que será reconhecido neste sábado, 10 de setembro como rei dos britânicos, em sua chegada em Buckingham Palace, na sexta-feira, 9 de setembro de 2022. REUTERS - HENRY NICHOLLS

Vivian Oswald, Correspondente da RFI em Londres

Para a proclamação de Charles III, o Privy Council, como é chamado o grupo de conselheiros da monarquia, se reúne duas vezes. A primeira será sem a presença do soberano para que ele seja proclamado como tal. A segunda será a primeira conduzida por ele, que estará acompanhado da rainha-consorte Camilla, e do filho primogênito William, que também integra o conselho.

Charles III terá ainda uma audiência com a primeira-ministra conservadora, Liz Truss, endossada por sua mãe na terça-feira (6), e seu gabinete.

Opiniões próprias

Ele é o monarca mais velho a assumir o trono. Uma curiosidade é que o novo rei deixa de ter um passaporte ou carteira se motorista. Opiniões próprias também são coisa do passado. Ele que ficou conhecido por manifestar suas posições e tentar influenciar questões políticas agora, mais do que nunca, terá de guardá-las para si, como fez a mãe em seus mais de 70 anos de reinado.

No primeiro pronunciamento à nação, na sexta-feira (9), Charles III reconfirmou seu compromisso de seguir os passos da mãe e se dedicar à uma vida de serviços à nação.

Pouco antes, ele e a rainha-consorte surpreenderam o público na entrada do Palácio de Buckingham ao descer do carro, ler algumas das mensagens deixadas por admiradores da rainha e passear entre os milhares de buquês de flores deixados em homenagem à rainha.

O rei avisou que seu filho primogênito agora é o príncipe de Gales, título que carregou por mais de 50 anos.

Para se ter uma ideia da solenidade do momento que vive o Reino Unido, os sindicatos dos funcionários de trens, portos e correios cancelaram os movimentos de greve previstos para os próximos dias.