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Bombardeio russo no porto de Odessa ameaça acordo sobre exportação de grãos ucranianos

A Rússia bombardeou neste sábado (23) o porto de Odessa, às margens do Mar Negro, relatou o Exército ucraniano. O ataque acontece um dia após a assinatura de um acordo entre Moscou e Kiev para permitir a reabertura dos portos da Ucrânia e a retomada das exportações de grãos, num contexto de risco de desabastecimento e fome, especialmente no continente africano.

Trigo armazenado em um terminal após a colheita na região de Odessa, na Ucrânia, em 23 de junho de 2022.
Trigo armazenado em um terminal após a colheita na região de Odessa, na Ucrânia, em 23 de junho de 2022. © Igor Tkachenko/REUTERS
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"O inimigo atacou o porto de comércio marítimo de Odessa com mísseis de cruzeiro Kalibr. Dois mísseis foram abatido por forças de defesa antiaérea e dois atingiram a infraestrutura portuária", informou o comando operacional do Exército no sul da Ucrânia, através de mensagem no Telegram.

O Ministério das Relações Exteriores ucraniano apelou às Nações Unidas (ONU) e à Turquia, que auxiliaram no acordo assinado na sexta-feira (22) sobre o desbloqueio das exportações de grãos, para que garantam que a Rússia respeite os compromissos assumidos sobre a segurança das rotas de navegação no Mar Negro.

A Ucrânia acusa o presidente russo Vladimir Putin de "cuspir na cara" da ONU e da Turquia ao bombardear o porto de Odessa, afirmando que Moscou teria "total responsabilidade" pelo fracasso do acordo sobre o embarque de cereais assinado na véspera, em Istambul.

Odessa é a maior cidade e o porto mais importante de toda a costa do Mar Negro, sendo crucial para a retomada das exportações de grãos ucranianos. Ao disparar mísseis no porto de Odessa, o presidente russo "cuspiu na cara do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que fizeram enormes esforços para chegar a esse acordo", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko.

As delegações se reuniram no Palácio Dolmabahçe, no estreito de Bósforo, em Istambul, na presença do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, dos ministros da Defesa turco e russo, assim como do ministro ucraniano das Infraestruturas. Em 22 de julho de 2022.
As delegações se reuniram no Palácio Dolmabahçe, no estreito de Bósforo, em Istambul, na presença do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, dos ministros da Defesa turco e russo, assim como do ministro ucraniano das Infraestruturas. Em 22 de julho de 2022. AP - Vadim Savitsky

União Africana saúda acordo

A União Africana saudou, neste sábado, o acordo assinado entre a Rússia e a Ucrânia, diante da ameaça de fome no continente. Na sexta-feira, Moscou e Kiev assinaram, com o auxílio da Turquia e da ONU, um acordo sobre a exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro, a fim de acabar com o bloqueio dos embarques de grãos devido ao conflito armado entre os dois países. O acordo deve permitir a exportação de 20 a 25 milhões de toneladas de cereais.

A invasão da Ucrânia pela Rússia - dois países que fornecem cerca de 30% das exportações mundiais de trigo - levou a um aumento dos preços de grãos e de petróleo, atingindo duramente o continente africano, muito dependente desses países para o seu abastecimento.

Novos bombardeios no centro da Ucrânia

Bombardeios russos foram retomados no centro da Ucrânia, após uma pausa em que a ofensiva se concentrou no Donbass, no leste do país, território agora controlado quase inteiramente pelas forças de Moscou.

Um ataque russo neste sábado deixou três mortos, incluindo um soldado. Eles foram vítimas dos disparos de 13 mísseis lançados do mar e que visavam um aeródromo militar e a rede ferroviária perto da cidade de Kropyvnytskyi, na região de Kirovohrad, 300 quilômetros ao sul de Kiev. De acordo com o governador da região, nove militares ficaram feridos neste bombardeio que interrompeu a rede elétrica local.

 

(Com informações da AFP)

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