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Boris Johnson anuncia demissão, mas diz que ficará no cargo até nomeação de novo premiê britânico

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta quinta-feira (7) sua renúncia como líder do Partido Conservador. No entanto, o chefe do governo, que vem sendo pressionado há meses em razão de uma série de escândalos, disse que permanecerá no cargo de premiê até a escolha de seu sucessor.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson durante o anúncio de sua demissão da direção do Partido Conservador.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson durante o anúncio de sua demissão da direção do Partido Conservador. REUTERS - PHIL NOBLE
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Três anos depois de chegar triunfante ao poder, Johnson, de 58 anos, se viu obrigado a renunciar após perder o apoio do partido. “É triste abandonar o melhor emprego do mundo”, disse o premiê em um discurso diante de uma multidão de jornalistas na porta do 10, Downing Street, endereço da sede do governo britânico. Mas “é clara a vontade do Partido Conservador de ter um novo líder e, consequentemente, um novo primeiro-ministro”, completou. 

No entanto, Johnson disse que pretende ficar no cargo até que o nome de seu sucessor seja definido. Segundo ele, o calendário para a eleição de um novo líder conservador será anunciado na próxima semana.

O anúncio do premiê acontece após vários membros de seu governo terem deixado o cargo. A sequência de demissões começou na noite de terça-feira (5) quando, sem aviso prévio, os ministros da Saúde, Sajid Javid, e das Finanças, Rishi Sunak, decidiram renunciar, seguidos por outros membros de baixo escalão do governo. Quarta-feira à noite, o número de partidas chegou a 40, incluindo o ministro responsável pelo País de Gales, Simon Hart.

Envolvido em diversos escândalos e acusado de repetidas mentiras, Boris Johnson vinha ignorando os pedidos de renúncia, inclusive de seus fiéis aliados. “Vamos continuar com o governo deste país”, dizia o premiê até a tarde de quarta-feira (6).

O legado de Boris Johnson

A passagem de Boris Johnson à frente do governo britânico ficará marcada pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE), vista por ele como uma vitória. Após anos de debate, o premiê conseguiu a aprovação do Brexit pelo Parlamento e, em 31 de janeiro de 2020, três anos e meio depois do referendo sobre o divórcio do país com o bloco, o Reino Unido saía da UE.

Mas o premiê enfrentou uma série de obstáculos desde então, principalmente após o início da pandemia de Covid-19. Ele foi criticado desde o começo do surto por sua gestão da crise, acusado de ter demorado a reagir.

Em dezembro de 2021, a situação de Johnson piorou, após uma série de revelações sobre várias festas ilegais organizadas em Downing Street durante os confinamentos, algumas delas no mesmo momento em que o premiê anunciava restrições mais severas contra a Covid. Johnson chegou a ser multado pela polícia por infração da lei por causa das festas – algo que nunca havia acontecido com um primeiro-ministro em exercício.

Depois do "partygate", como ficou chamada a polêmica sobre as festas, começou uma série embaraçosa de escândalos sexuais entre os conservadores, incluindo um deputado suspeito de estupro detido e depois libertado sob fiança em meados de maio, assim como um ex-parlamentar condenado em maio a 18 meses de prisão por agressão sexual de um adolescente.

Em 5 de julho, Boris Johnson pediu desculpas e admitiu um "erro" por ter nomeado Chris Pincher como o responsável pela disciplina parlamentar dos deputados conservadores em fevereiro, quando já sabia de acusações de teor sexual contra ele. No mesmo dia, cansados dos escândalos, os ministros das Finanças e da Saúde anunciaram suas demissões.

Com AFP e Reuters 

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