Acessar o conteúdo principal

Cada vez mais isolado, Boris Johnson acumula derrotas, mas diz que não deixará o cargo

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recebeu um novo golpe nesta sexta-feira (24). Duas semanas após ter conquistado um voto de confiança com pequena vantagem, o chefe do governo sofreu duas derrotas nas eleições legislativas parciais e o presidente de seu partido pediu demissão. Mas Johnson voltou a insistir que não renunciará.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, durante uma reunião em sua residência oficial em Londres.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, durante uma reunião em sua residência oficial em Londres. AP - Daniel Leal
Publicidade

Com informações da AFP e de Émeline Vin, correspondente da RFI em Londres

Os conservadores perderam as duas cadeiras em disputa, em Tiverton-Honiton, circunscrição historicamente de direita no sudoeste da Inglaterra, e Wakefield, tradicional reduto de esquerdas no denominado "muro vermelho" do norte do país, onde os 'tories' derrotaram os trabalhistas nas legislativas de 2019. Nas eleições parciais que tiveram os resultados divulgados na madrugada desta sexta-feira, Tiverton-Honiton elegeu um deputado do centrista Partido Liberal-Democrata, e Wakefield retornou às mãos do Partido Trabalhista.

O resultado enfraquece ainda mais um primeiro-ministro que perde popularidade e, de acordo com as pesquisas de opinião, já é considerado um "mentiroso" pela maioria dos britânicos. O chefe do governo enfrenta o descontentamento social com a inflação fora de controle, de 9,1% em maio e com previsão de 11% para outubro.

Ainda durante a madrugada, Oliver Dowden, presidente do Partido Conservador, enviou sua carta de demissão. “Após uma série de derrotas eleitorais, não mais podemos continuar como se nada tivesse acontecido. Alguém deve assumir a responsabilidade”, declarou. Ele também disse que compartilha “a decepção” dos eleitores após os eventos recentes, em alusão à perda de 500 cadeiras nas eleições locais e ao Partygate, como ficou conhecido o escândalo envolvendo as festas organizadas pelos próximos do premiê durante os períodos de confinamento impostos no Reino Unido por causa da pandemia de Covid-19.

Fardo

Em Ruanda, onde participa de uma reunião de cúpula da Commonwealth, Johnson admitiu que o resultado eleitoral é "difícil" para seu partido, mas prometeu "ouvir" os eleitores e seguir adiante com o trabalho, descartando a possibilidade de renúncia. “Temos que reconhecer que temos que fazer mais e o faremos. Continuaremos respondendo às preocupações da população”, revelou.

O premiê segue protegido pelo voto de confiança conquistado no início de junho. Mas seu governo, leal até então, pode se voltar contra ele após as recentes performances nas urnas.

Grande vencedor das legislativas de 2019 graças à promessa de concretizar o Brexit, Johnson acumulou derrotas desde então e não é mais considerado um grande trunfo por muitos em seu partido, e sim um fardo cada vez mais complicado.

Para aumentar a pressão, Michael Howard, ex-líder do partido, afirmou que Johnson deveria renunciar. "O partido e, o que é mais importante, o país, ficariam melhores com uma nova direção", declarou.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.