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Com drones artesanais e baratos, geeks se transformam em caçadores de tanques russos na Ucrânia

Entre os voluntários civis que atuam na defesa territorial ucraniana, uma unidade se destaca: a Aerozvidka, que em tradução literal quer dizer "reconhecimento aéreo". Composta por pilotos de drones e geeks, a divisão abate tanques russos com seus drones artesanais. 

Um drone de ataque R-18 desenvolvido pela unidade Aerorozvidka, em plena decolagem.
Um drone de ataque R-18 desenvolvido pela unidade Aerorozvidka, em plena decolagem. © Sami Boukhelifa / RFI
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Sami Boukhelifa e Murielle Paradon, enviados especiais da RFI à Ucrânia

Em questão de segundos, a pequena aeronave decola pilotada por "father of drones" (pai dos drones). O nome de guerra faz referência à antiga profissão do piloto antes do conflito. "Antes eu era padre. Eu sempre estive perto do céu, tanto no sentido espiritual, quanto real", brinca Vadim.

Apaixonado por fotografia, ele construiu seu primeiro drone para tirar fotos aéreas. Em 2014, quando a guerra do Donbass começou na Ucrânia, ele colocou seu conhecimento a serviço do exército. Desde então, o ex-religioso não parou de desenvolver aeronaves controladas à distância. 

"Nossos drones são muito eficazes porque são muito precisos. Com somente três pequenas cargas explosivas, o drone pode destruir um tanque grande", diz Vadim. "Nós utilizamos bombas da época soviética. Elas não custam quase nada. Por um dólar investido no meu equipamento, eu destruo o equivalente a US$ 10 mil dólares de armamento russo", afirma. 

Vadim, "father of drones", pilota um drone com um controle remoto nas mãos.
Vadim, "father of drones", pilota um drone com um controle remoto nas mãos. © Sami Boukhelifa / RFI

Leve e fácil de manipular, o drone de Vadim pesa cinco quilos. A 300 metros de altitude, ele tem 10 km de alcance – uma arma de ataque considerável que ajudou a frear o avanço das tropas russas a caminho de Kiev. 

"Em solo, os russos mudavam rapidamente de posição. Mas graças aos nossos drones, conseguimos seguir seus movimentos", afirma Vadim. "Sem os drones, mais soldados ucranianos teriam morrido", insiste. 

Vadim não revela quantos drones o exército ucraniano tem a sua disposição, mas garante que todo o território do país está coberto.

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