Com preço da eletricidade em alta, Madri reduz frequência do metrô para fazer economias
As autoridades espanholas reduziram a frequência dos metrôs de Madri. A medida foi tomada para diminuir os gastos com eletricidade, que sofreu um aumento recorde nos últimos meses. Mas a decisão tem provocado saturação das linhas na capital e é contestada.
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Com informações de François Musseau, correspondente da RFI em Madri
A frequência de trens no sistema metroviário de Madri sofreu um corte de 10%. Segundo a direção, a medida foi uma resposta à queda no número de usuários desde o início da pandemia, que teria sofrido uma redução de 20%.
Mas a gestora explica que a principal motivação para dessa decisão é tentar diminuir os gastos com eletricidade, cujo preço é cada mais elevado no país. Se normalmente o metrô de Madri tinha que pagar uma conta de energia elétrica de € 120 mil por dia, hoje a empresa tem que desembolsar € 800 mil diários.
Alguns especialistas afirmam que esse aumento dos preços já seria um impacto da guerra na Ucrânia. Mas a empresa gestora do metrô também ressalta o que considera uma injustiça no modelo de faturação da eletricidade.
O sistema de medição dos gastos com energia elétrica na Espanha segue dois formatos: um que obedece a tarifas fixas e outro que varia segundo os picos de consumo. O metrô de Madri, que transporta diariamente quase 1,5 milhão de usuários, é submetido ao primeiro método e pede para mudar de sistema.
A medida foi contestada pela oposição socialista, que acusa a região da capital, conservadora, de penalizar os usuários. Mônica García, porta-voz do movimento "Más Madrid" na Assembleia Regional da capital, afirmou que a decisão “rouba horas da vida dos madrilenhos e madrilenhas”.
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