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Marido de Angela Merkel diz que alemães recusam vacina anticovid por "preguiça"

Habitualmente reservado, o marido da alemã chanceler Angela Merkel, Joachim Sauer, ganhou os holofotes nesta terça-feira (23) depois de criticar o comportamento da população, diante da nova onda de Covid-19 no país.

O marido da chanceler Angela Merkel, o pesquisador em física quântica Joachim Sauer, resolveu sair do silêncio para criticar a resistência dos alemães a se vacinarem contra a Covid-19.
O marido da chanceler Angela Merkel, o pesquisador em física quântica Joachim Sauer, resolveu sair do silêncio para criticar a resistência dos alemães a se vacinarem contra a Covid-19. AP - Daniel Karmann
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"É surpreendente que um terço da população não siga as recomendações científicas. Isso se deve em parte a uma certa preguiça e ao comodismo dos alemães", afirmou Joachim Sauer, ao jornal italiano La Repubblica. A entrevista foi republicada pelo diário alemão Die Welt.

O marido de Merkel ainda comentou que há um outro grupo dentro da população alemã, "em todos os níveis educacionais, incluindo acadêmicos, médicos e cientistas", que prefere seguir suas convicções pessoais. Segundo Sauer, "é como uma reação ideológica ao que consideram uma ditadura da vacinação". 

Questionado sobre a atual "rejeição ao conhecimento científico", Sauer, que é pesquisador em física quântica, considerou que "essa atitude provavelmente sempre existiu em algumas pessoas, mas nunca foi tão evidente como agora". "Hoje assistimos, porém, a um grande sucesso da ciência. Ninguém poderia apostar que teríamos uma vacina em tão pouco tempo. Foi um milagre", afirmou.  

"Mas, paradoxalmente, o resultado obtido em um ano para a Covid-19 não foi alcançado em 30 anos de pesquisas científicas sobre meio ambiente, embora ainda não vejamos a solução para o problema", acrescentou. Por isso, para ele, "a ciência é importante e seria bom se mais jovens se dedicassem a ela".

Baixa taxa de vacinação

Tanto na Alemanha, atingida por uma intensa nova onda de Covid-19, como na vizinha Áustria, a taxa de vacinação é inferior a 70%, insuficientes para garantir a imunização coletiva. Em outros países europeus, como a França, o índice chega a 75%. 

A situação sanitária é tão grave que a classe política se divide sobre a imposição da vacinação. O governo de Merkel é contra a obrigação – o tema vem incendiando o debate nos últimos dias de mandato da chanceler. 

Dois dirigentes regionais, o conservador Markus Söder e o ecologista Winfried Kretschmann, defenderam recentemente que a imunização contra a Covid-19 seja imposta a todos os alemães. "Aqui cada um pode pensar o que quiser. Mas há um limite quando a sua própria visão do mundo causa danos graves a outras pessoas", denunciam em uma coluna publicada nesta terça-feira no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Associações médicas também se pronunciam sobre a obrigação da vacinação à população apta a recebê-la, em um momento em que a taxa de incidência das novas infecções vem batendo recordes. Mas o partido governista CDU prefere deixar a decisão sobre a imposição da imunização à coalizão de três partidos que assumirá o poder em breve. 

(Com informações da AFP

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