Acessar o conteúdo principal

Covid-19: Alemanha registra 50 mil casos e não-vacinados sofrerão restrições

A Alemanha registrou, nesta quinta-feira (11), um número recorde de novos casos de Covid-19. De acordo com o instituto Robert Koch, a agência de vigilância sanitária do país, foram confirmados 50.196 infecções em 24 horas. Esta é a onda epidêmica mais violenta que atinge o país desde o início da pandemia.

Manifestantes protestam na Alemanha contra restrições ligadas ao coronavírus: estagnação da taxa de vacinação em cerca de 67% é um dos principais motores da onda epidêmica
Manifestantes protestam na Alemanha contra restrições ligadas ao coronavírus: estagnação da taxa de vacinação em cerca de 67% é um dos principais motores da onda epidêmica © AFP/John Macdougall
Publicidade

A Alemanha bate diariamente novos recordes de infecções há algumas semanas e, nas últimas 24 horas, 235 pessoas morreram. A chegada do inverno e o fim das medidas de restrição contribuíram para o cenário, além da estagnação da taxa global de imunização, de 67%, insuficiente para o controle epidêmico. A nova onda atinge principalmente a população não-vacinada. 

O país também iniciou a campanha mais cedo, mas muitas pessoas idosas e frágeis ainda não recorreram à terceira dose, o que é essencial para diminuir a transmissão do vírus. Vários estados, como a Saxônia, a Baviera e Berlim serão submetidos a novas restrições, que visam principalmente a população não-vacinada, que será proibida, a partir de segunda-feira (15), de frequentar restaurantes sem áreas externas, bares, academias e salões de beleza. O teste negativo não será mais suficiente para garantir o acesso a esses locais.

Nesta quarta-feira (10), a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a retomada das infecções no país, que ocorre desde outubro, é "dramática." O porta-voz da dirigente alemã, Steffen Seibert, pediu às autoridades sanitárias regionais que tomem novas medidas para enfrentar a situação.

O retorno da epidemia coloca a chanceler sob pressão, mas sua margem de manobra para tomar medidas urgentes é limitada, antes da formação de uma nova coalizão. O social-democrata Olaf Scholz não poderá assumir o país antes da conclusão das negociações entre o SPD, os liberais e os ecologistas. Os três partidos apresentam nesta quinta-feira propostas para lutar contra a retomada epidêmica - uma delas é acelerar a administração da terceira dose para os mais idosos e com comorbidades.

O aumento de casos também já repercute nos hospitais. Em algumas regiões, a taxa ocupação dos leitos de UTI se aproxima da capacidade máxima. As autoridades dizem estar a um passo de ter que transferir pacientes para outras clínicas. Alguns hospitais já adiam cirurgias para liberar leitos para pacientes de Covid-19.

A taxa de incidência em uma semana, que mede o número de infecções para cada 100 mil habitantes, é atualmente de 249 contaminações. No total, 4,9 milhões de pessoas foram contaminadas pela Covid-19 na Alemanha desde o início da pandemia.

Médicos alemães atendem paciente com Covid-19 em um hospital, em abril de 2021
Médicos alemães atendem paciente com Covid-19 em um hospital, em abril de 2021 AFP - RONNY HARTMANN

Agência Europeia avalia uso da Moderna em crianças

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) informou nesta quarta-feira(10) que deve decidir em cerca de dois meses se a aplicação da vacina contra Covid-19 da Moderna pode ser estendida a crianças de 6 a 11 anos.  Vários países, incluindo França e Alemanha, desaconselham a injeção desta vacina em pessoas com menos de 30 anos de idade devido a um baixo risco de inflamação e arritmia cardíaca.

A empresa americana de biotecnologia apresentou na terça-feira um pedido de autorização da vacina contra o coronavírus ao regulador europeu para ser usada nessa faixa etária. "O programa de avaliação atual prevê uma decisão em cerca de dois meses, a menos que mais informações ou análises sejam necessárias", informou a EMA, com sede em Amsterdã, em nota.  "Este é um cronograma acelerado quando comparado a análises semelhantes fora da pandemia", acrescentou a EMA.

O imunizante da Moderna é autorizado pela EMA a partir dos 12 anos. Mas vários países, incluindo a França, desaconselharam na segunda-feira o uso do produto abaixo de uma certa idade (30 anos no caso francês), por temores de que pudesse causar miocardite. Este efeito colateral foi detectado especialmente em adolescentes e adultos jovens, principalmente homens.

No final de outubro, a Moderna anunciou resultados positivos de seus testes clínicos em crianças de 6 a 11 anos, uma vez que a vacina provocou "uma forte resposta imunológica" com níveis "robustos" de anticorpos detectados. A EMA também estuda dados da Pfizer, que solicitou permissão para usar seu imunizante em crianças de 5 a 11 anos. Essa análise pode ser concluída em dezembro, informou o regulador na semana passada.

Uso da vacina da Moderna para crianças entre 6 e 11 anos será avaliado pela agência europeia dos medicamentos.
Uso da vacina da Moderna para crianças entre 6 e 11 anos será avaliado pela agência europeia dos medicamentos. Joseph Prezioso AFP/Archivos

 

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.