De Le Pen a Orbán, extrema direita tenta compor aliança contra “globalistas” no Parlamento Europeu
O húngaro Viktor Orbán, a francesa Marine Le Pen, o italiano Matteo Salvicni e mais 13 líderes europeus da extrema direita fizeram nesta sexta-feira (2) uma declaração conjunta que seria "a primeira pedra" para a construção de uma aliança no Parlamento Europeu com o objetivo de "reformar a Europa".
Publicado em:
"No momento em que globalistas e europeístas, dos quais [o presidente] Emmanuel Macron é o principal representante na França, lançam a Conferência sobre o Futuro da Europa, que visa aumentar o poder dos órgãos europeus, o acordo de hoje é a primeira pedra para a constituição de uma grande aliança no Parlamento Europeu", escreveram os líderes políticos na carta publicada pelo partido francês Rassemblement National (Reunião Nacional).
Além de Le Pen, estão entre os signatários o líder da Liga Italiana, Matteo Salvini, o primeiro-ministro húngaro e chefe do Fidesz, Viktor Orbán, o líder do partido polonês de Direito e Justiça, Jaroslaw Kaczynski, o chefe do Vox na Espanha, Santiago Abascal e Georgia Meloni, do neofascista Fratelli d'Italia.
Atualmente estes partidos não pertencem aos mesmos grupos no Parlamento Europeu. O RN e a Liga pertencem ao grupo Identidade e Democracia (ID), enquanto o Direito e Justiça, Vox e Fratelli d'Italia pertencem ao grupo Conservadores e Reformistas (CRE). A Fidesz, que se separou do grupo do Partido Popular Europeu (PPE) em março, está à procura de outros parceiros.
A tentativa de aliança seria uma forma de recompor forças para fazer oposição em um Parlamento europeu que tem aprovado em conjunto regras importantes.
Segundo Matteo Salvini, a construção do grupo amplo seria "alternativa à esquerda iliberal dos impostos e da imigração selvagem".
Derrota da extrema direita na França
Marine Le Pen, cujo partido realiza seu congresso neste final de semana após uma dura derrota nas eleições regionais da França, afirmou que o documento é "base para um trabalho cultural e político comum, respeitando o papel dos grupos políticos atuais". Ela enfatizou a necessidade de uma "reforma profunda" da União Europeia, e declarou temer a "criação de um super-Estado europeu".
"Os partidos patrióticos mais influentes do continente perceberam a importância de unir forças para aumentar sua influência nos debates e para reformar a União Europeia", acrescenta o texto conjunto.
Para a presidente do grupo dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, Iratxe Garcia Perez, a “aliança de extrema direita, populista e nacionalista não durará muito". Perez acrescentou que a extrema direita tem "uma visão distorcida do patriotismo, que exclui todos aqueles que não pensam como ela, uma clara ameaça à Europa".
(Com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro