Menores desacompanhados recebem autorização para deixar Open Arms em Lampedusa
Vinte e sete menores desacompanhados foram autorizados a deixar o navio humanitário "Open Arms", bloqueado na ilha italiana de Lampedusa - informou, neste sábado (17), a ONG espanhola que opera o navio.
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"O desembarque dos 27 menores que não estão acompanhados está autorizado", tuitou a ONG Open Arms. "Eles serão transportados pela Guarda Costeira de Lampedusa", acrescentou a organização humanitária, pouco depois de o ministro do Interior de extrema direita, Matteo Salvini, aceitar o desembarque a contragosto.
Ainda no Twitter, a ONG explicou que esperou para comunicar o desembarque, "a fim de tentar garantir a segurança e a serenidade de todas as pessoas a bordo".
Salvini escreveu uma carta ao primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, afirmando que poderia autorizar os "supostos" menores a deixarem o barco "Open Arms", apesar de tal medida "ir contra [suas] opiniões".
Tensão entre migrantes
Ontem, a ONG denunciou a situação "explosiva" a bordo do navio. Os demais migrantes - 106 adultos e dois menores acompanhados - deverão permanecer embarcados.
Na quinta-feira (15), seis países da União Europeia (UE) disseram estar dispostos a acolher migrantes do "Open Arms": França, Alemanha, Romênia, Portugal, Espanha e Luxemburgo.
O ministro do Interior, que exige um rodízio europeu de portos de desembarque, assinou no início do mês um decreto que proíbe a entrada de barcos humanitários em águas territoriais italianas sem autorização. Na quarta-feira (14), um tribunal administrativo suspendeu a aplicação do primeiro decreto, contra o qual a própria "Open Arms" havia apresentado um recurso.
Salvini, que tem atualmente 36-38% das intenções de voto, baseia sua popularidade na linha dura contra a imigração ilegal. Nos últimos dias, parece ter sido formada uma inesperada frente política de oposição à Liga, entre o M5S e o Partido Democrático (centro-esquerda).
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