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Reino Unido/Brexit

Theresa May pede novo adiamento do Brexit até 30 de junho

A primeira-ministra britânica, Theresa May, enviou nesta sexta-feira (5) uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pedindo o adiamento do Brexit até 30 de junho. No documento, May garante que o governo britânico continua em busca de um acordo que permita ao país sair do bloco antes de 23 de maio, cancelando assim a participação nas eleições europeias.

A primeira-ministra britânica, Theresa May ainda não conseguiu costurar um acordo com o Parlamento
A primeira-ministra britânica, Theresa May ainda não conseguiu costurar um acordo com o Parlamento REUTERS/Peter Nicholls
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A carta foi enviada a Tusk cinco dias antes da reunião de cúpula extraordinária que a União Europeia (UE) realiza na quarta-feira (10) em Bruxelas. A saída do Reino Unido do bloco europeu estava inicialmente prevista para 29 de março de 2019.

O prazo teve que ser adiado uma primeira vez, depois que o Parlamento britânico não aprovou o acordo que May negociou com Bruxelas. Os parceiros europeus concederam um pouco mais de tempo, até 12 de abril, para que a primeira-ministra encontrasse uma solução. Mas os 27 países da UE deixaram claro que qualquer novo adiamento obrigaria os britânicos a participarem nas eleições ao Parlamento Europeu, que acontecem de 23 a 26 de maio.

May ainda não conseguiu costurar um acordo com o Parlamento, mas negocia atualmente com o líder opositor trabalhista Jeremy Corbyn em busca de um consenso que retire o país do impasse.

Conseguindo o adiamento do Brexit até 30 de junho, a ideia em Downing Street é seguir tentando encontrar uma solução “o mais rápido possível", antes da eleição da nova Eurocâmara. Mas a premiê também garante que continuará os preparativos para a votação e designará os novos eurodeputados britânicos quase três anos depois do referendo de 2016, em que 52% dos eleitores votaram a favor do Brexit.

Prazo flexível de Tusk

Antes de receber a carta com o novo pedido de adiamento, Donald Tusk, pretendia apresentar nesta sexta-feira uma proposta aos Estados membros, sugerindo uma extensão “flexível” do prazo de no máximo 12 meses. A ideia seria conseguir a aprovação em breve no Reino Unido do Tratado sobre o Brexit negociado por May com Bruxelas ou de qualquer outro acordo que obtenha maioria na Câmara dos Comuns. O objetivo é evitar uma saída brutal do país do bloco, sem nenhum acordo, o que teria graves consequências econômicas.

"A política do governo sempre foi e continua sendo abandonar a União Europeia de forma ordenada e sem atrasos desnecessários", escreveu May. "O governo pensa que sair com um acordo é o melhor resultado", completou.

A premiê acredita que a perspectiva de permanecer por muitos meses na UE acabe convencendo os deputados ainda reticentes sobre a necessidade de aprovação de um texto. Na primeira vez que o Parlamento rejeitou seu acordo, em 15 de janeiro, May foi derrotada por 230 votos. Na segunda votação, em 12 de março, a desvantagem caiu para 149. Na sexta-feira (29) passada, a derrota aconteceu por apenas 58 votos.

Mas a líder conservadora, que chegou inclusive a propor sua renúncia do cargo para obter o apoio dos eurocéticos mais relutantes, acabou ficando sem argumentos para ganhar o respaldo dos deputados conservadores rebeldes. Por este motivo, ela decidiu estender a mão ao opositor Partido Trabalhista, o que provocou reações furiosas dos defensores mais ferrenhos do Brexit dentro do Partido Conservador.

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