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Alemanha / Neonazismo / Polícia

Alemanha investiga rede de policiais neonazista

O Ministério Público da Alemanha abriu uma investigação sobre uma suposta rede extremista de direita dentro da força policial de Frankfurt, segundo relatou no domingo (16) o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ). A denúncia teria partido de uma advogada de origem turca que passou a receber mensagens xenófobas pelo aplicativo WhatsApp.

Emblema da Polícia da Alemanha
Emblema da Polícia da Alemanha MICHELE TANTUSSI / AFP
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Pascal Thibaut, correspondente da RFI em Berlim.

“Porca suja turca, fuja enquanto ainda há tempo”. Esse é o tipo de mensagem que a advogada Seda Basay-Yildiz vinha recebendo em seu telefone. Mas, em agosto, a coisa foi longe demais. Em uma das mensagens, seu endereço particular foi mencionado e ameaças contra sua filha foram feitas.

O texto havia sido assinado por “NSU 2.0”. O nome corresponde a uma célula terrorista neonazista que já assassinou vários estrangeiros na Alemanha. Um movimento bem conhecido por Basay-Yildiz, que já chegou a defender familiares de vítimas do grupo de extrema direita.

Após receber a última mensagem com ameaças mais sérias, a advogada alertou as autoridades. A investigação apontou que as mensagens teriam vindo de uma delegacia de Frankfurt. Cinco policiais, incluindo uma mulher que teria conseguido o endereço de Basay-Yildiz, participavam de um grupo de WhatsApp com teor neonazista e foram suspensos.

Outros agentes são suspeitos

Os investigadores encontraram, na troca de mensagens do grupo, fotos e outros símbolos nazistas. Os cinco funcionários da polícia são suspeitos de terem redigido as ameaças à Basay-Yildiz. Segundo informações da imprensa do país, a investigação foi ampliada e outros agentes estariam envolvidos.

Após tomar conhecimento pela imprensa sobre os novos desenvolvimentos do caso, Basay-Yildiz criticou a polícia. Ela disse que buscou informações sobre o inquérito repetidamente, mas só soube no sábado sobre a suposta rede extremista. "Gostaria que a polícia tivesse me informado antecipadamente", afirmou.

O assunto alimenta um debate na Alemanha sobre uma parte da polícia, mesmo que minoritária, ter simpatia por ideias de extrema direita.

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