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Espanha/ Extrema direita

Andaluzes votaram pela tradição e contra a imigração ilegal, diz líder da extrema direita

"Os andaluzes se identificaram com uma força política que respeitou suas tradições, que lhes disse que eles podem se orgulhar de sua maneira de viver: de sua Semana Santa, do modo em que vivem no mundo rural, dos que querem desfrutar da tauromaquia (touradas), da caça”, afirmou o presidente do partido de extrema-direita Vox, Santiago Abascal, surpresa nas eleições regionais de domingo.

Santiago Abascal, líder nacional do Vox comemora, resultados na Andaluzia
Santiago Abascal, líder nacional do Vox comemora, resultados na Andaluzia REUTERS/Marcelo Del Pozo
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Fundado no final 2013, o espanhol Vox entrou neste domingo com força no Parlamento regional da Andaluzia, em eleições onde os partidos conservadores quebraram pela primeira vez a hegemonia local do socialismo, o que representa um golpe para o chefe de governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez.

Superando todas as expectativas, que lhe davam um máximo de cinco dos 109 deputados na câmara regional, o Vox conquistou 12 cadeiras e 11% dos votos. Esta é a primeira vez que um partido de extrema direita entra em um parlamento regional na Espanha desde a morte de Franco, em 1975.

"Os andaluzes voltaram a fazer história e sacudiram 36 anos de regime socialista", proclamou Santiago Abascal, líder nacional do Vox, que recebeu felicitações da líder da extrema direita francesa Marine Le Pen.

Direto da Polônia, onde participa da cúpula do clima COP 24, Pedro Sanchez assegurou no Twitter que "os resultados na Andaluzia reforçaram (seu) compromisso de defender a Constituição e a democracia diante do medo".

Contra a imigração

“Estes espanhóis que votaram na gente pedem que sejam derrogadas as leis ideológicas, as leis de gênero, e as leis de memória histórica, especialmente beligerantes, na Andaluzia”, afirmou Abascal.

“E votaram também contra a imigração ilegal e contra os políticos que diziam que era proibido opor-se a essa imigração ilegal, que é um problema para a convivência, para a nossa prosperidade, e que vai dar muitos problemas no futuro para a Espanha, como já está acontecendo na Europa. Votaram também para dizer que os espanhóis têm que ter prioridade no acesso às ajudas sociais”, completou o líder do Vox.

Pela primeira vez desde a criação da autonomia andaluz, a direita conquista a maioria parlamentar na região mais povoada da Espanha, 59 cadeiras, somando as do Vox e dos partidos Popular (26 deputados) e Cidadãos (21).

O PP, com seu líder regional Juanma Moreno, reivindicou o comando do próximo governo andaluz, e seu presidente nacional, Pablo Casado, pediu a antecipação das eleições legislativas na Espanha. "Que Pedro Sánchez vá pensando em convocar eleições", disse Casado.

“O sanchismo hoje sai abalado, mas temos que acabar de afundá-lo nas urnas", disse, pouco antes, o líder do Cidadãos, Albert Rivera.

Caso se forme uma coalizão conservadora de governo na Andaluzia, o PSOE perderá o poder em seu maior celeiro de votos em nível nacional, a poucos meses das eleições municipais, regionais e europeias de maio de 2019, e das eleições legislativas gerais do ano que vem.

“Alerta antifascista”

A atual presidente e candidata à reeleição, Susana Díaz, obteve para o Partido Socialista o pior resultado histórico (33 deputados) na região, que governa desde 1982. Com a esquerda radical do Podemos (17 deputados), o PSOE não chega à maioria na câmara.

Susana disse que "esta é uma noite triste para os socialistas", e prometeu ser "um dique de contenção da extrema direita na Andaluzia, para que isto não se reproduza nos demais processos eleitorais que iremos enfrentar".

"Alerta antifascista, cabe uma mobilização para defender as liberdades, a justiça social, a fraternidade e, em última instância, a democracia", proclamou em Madri o líder do Podemos, Pablo Iglesias.

O desemprego na região, de 8,5 milhões de habitantes, permanece em nível muito elevado, de quase 23%, frente à média nacional, de 14,5%.

A este problema crônico se somou o tema da corrupção, no momento em que acontece em Sevilha o julgamento de 22 ex-dirigentes socialistas andaluzes, entre eles os ex-presidentes regionais Manuel Chaves e José Antonio Griñán, pelo suposto manejo fraudulento de um fundo público de 854 milhões de euros entre 2000 e 2011.

(Com informações da AFP)

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