“Catalunha não desistiu da independência”: Sanchez e Torra têm primeiro encontro na Espanha
O novo chefe de governo espanhol, Pedro Sanchez, se reuniu nesta segunda-feira (9) com o presidente separatista da Catalunha, Quim Torra, para tentar acalmar as tensões causadas pela tentativa de secessão de outubro de 2017. O encontro é o primeiro do tipo em mais de dois anos e teve início nesta manhã no palácio de Moncloa, sede do governo espanhol.
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Após o encontro, Quim Torra já declarou que “a Catalunha não renuncia a nenhum meio de alcançar a independência”. Quando chegou ao poder após a moção de censura contra Mariano Rajoy, Pedro Sanchez prometeu imediatamente que iria buscar uma conciliação entre a Espanha e a região catalã. Duas semanas antes, entretanto, ele qualificou Torra de “Le Pen da política espanhola”, em referência à Marine Le Pen, do partido de extrema-direita francês, Reunião Nacional, antigo Frente Nacional.
O governo espanhol transferiu na quarta-feira (4) seis dos nove dirigentes catalães acusados de tentativa de secessão para prisões na Catalunha. As fortes divergências entre Madri e o executivo catalão sobre a questão da independência levam a crer que a reunião desta segunda não chegará a nenhuma conclusão.
“Referendo sobre a independência está fora de questão”
Torra prometeu levar a Moncloa a questão do referendo de independência, mas vários membros do governo espanhol já disseram “não” à proposta. “A independência de um território não está prevista na Constituição. E nenhum governo constitucional da Espanha quer isso”, afirmou Carmen Calvo, braço direito de Sanchez.
“Nossa posição para solucionar o problema é um referendo de independência. Se eles têm uma ideia melhor, eles têm de explicá-la”, retrucou um alto responsável do governo catalão.
A Catalunha viveu no ano passado uma das crises políticas mais graves já vistas na Espanha desde seu retorno à democracia, quando Carles Puidgemont organizou um referendo ilegal de independência no dia 1 de outubro de 2017. O episódio foi marcado por violências policiais e levou à demissão do executivo regional e a novas eleições na Catalunha.
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