Parada de Berlim comemora adoção de casamento gay na Alemanha
Menos de um mês após a aprovação pelos deputados alemães da lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país, milhares de pessoas saíram às ruas em Berlim para a parada do orgulho gay.
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A 39ª edição do "Christopher Street Day" – nome original americano retomado pelo desfile berlinense – teve como tema oficial a luta contra a extrema direita. Mas a maior parte dos presentes comemorava também a lei sobre o casamento entre homossexuais votada em 30 de junho pelos deputados alemães e promulgada na sexta-feira (21) pelo presidente Frank-Walter Steinmeier. O texto entrará em vigor em outubro.
O colorido e festivo desfile percorreu, às vezes sob forte chuva, a Kurfuerstendamm, famosa avenida da antiga Berlim ocidental, até a Porta de Brandemburgo. Segundo a polícia alemã, dezenas de milhares de pessoas participaram do cortejo.
"Com o casamento gay realmente avançamos, mais ainda há discriminações diárias que são inaceitáveis", considerou Matheus, um dos participantes da parada. "Ainda resta muito a ser feito, devemos continuar sendo vistos, presentes e por isso nós manifestamos, para que haja ainda mais igualdade", explicou o jovem alemão.
Marco, outro participante, não escondia a sua alegria: "todo mundo tem agora o direito de se casar na Alemanha, os gays e as lésbicas também!", comemorou o jovem húngaro. "Lutamos pela mesma coisa em nosso país. É uma inspiração para nós na Hungria", país governado pelo conservador Viktor Orban, disse à AFP.
Angela Merkel é contra o cansamento gay
O Bundestag adotou a lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo a três meses das eleições legislativas, em 24 de setembro, e apenas alguns dias depois de a chanceler Angela Merkel retirar a sua oposição inicial. A chefe do governo alemão se viu obrigada a flexibilizar a sua postura nessa questão, já que seus dois possíveis parceiros da coalizão após as legislativas – os social-democratas da esquerda e os liberais da direita – colocaram o casamento gay como condição para qualquer tipo de aliança.
Os social-democratas, sócios minoritários na coalizão liderada por Merkel, impuseram um voto rápido, aliando-se com outros partidos de esquerda do Bundestag, de oposição. No entanto, Merkel votou contra a lei, explicando que, para ela, "o casamento é, segundo a nossa Constituição, uma união entre um homem e uma mulher".
(Com informações da AFP)
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