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Rússia

Merkel defende direitos dos gays durante encontro com Putin na Rússia

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu nesta terça-feira (2) durante um encontro com Vladimir Putin os direitos dos homossexuais na Rússia. A representante de Berlim também pediu que o presidente russo reative o processo de paz na Ucrânia. A reunião foi marcada pela frieza dos dois líderes.

Angela Merkel e Vladimir Putin em entrevista coletiva após reunião em Sochi
Angela Merkel e Vladimir Putin em entrevista coletiva após reunião em Sochi REUTERS/Alexander Zemlianichenko/Pool
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Merkel se reuniu com Putin no balneário de Sochi, às margens do mar Negro, em sua primeira visita à Rússia desde 2015. Durante a coletiva de imprensa após o encontro, a chanceler alemã disse ter se mostrado preocupada os direitos humanos na Chechênia onde, segundo vários testemunhos, muitos gays são detidos e torturados pelas forças de segurança.

"Falei destas informações muito negativas sobre o que ocorre com os homossexuais na Chechênia", afirmou. "E pedi ao presidente que utilize sua influência para proteger os direitos das minorias", acrescentou.

Segundo o jornal russo Novaia Gazeta, as autoridades chechenas detiveram em prisões clandestinas mais de 100 homossexuais e incitaram suas famílias a matá-los para "lavar sua honra". Ramzan Kadirov, líder da Chechênia, uma república muçulmana do Cáucaso russo, negou as acusações, alegando que “até agora não há nenhuma confirmação concreta” dessas perseguições. A Rússia abriu uma investigação sobre o caso.

Na segunda-feira (1°), pelo menos 17 militantes dos direitos LGBT foram detidos em São Petersburgo quando manifestavam contra a perseguição de homossexuais na Chechênia.

Processo de paz na Ucrânia

Mas o principal tema da reunião entre Merkel e Putin foi a situação ucraniana. A líder alemã pediu que presidente russo garanta um cessar-fogo na Ucrânia. Porém, o chefe do Kremlin culpou Kiev pelo fracasso dos acordos de paz entre as tropas ucranianas e os separatistas pró-russos do leste do país.

Apesar das divergências, Putin defendeu a necessidade de aplicar este plano de paz. "Não podemos pensar em nenhuma alternativa e não deveríamos ter que pensar em uma", disse o presidente russo na coletiva de imprensa.

"Acredito que temos divergências, mas a política internacional significa que sempre é preciso seguir buscando o diálogo", declarou Merkel após o encontro, que tinha como objetivo preparar a próxima reunião do G20, que será realizada nos dias 7 e 8 de julho em Hamburgo.

As relações entre Alemanha e Rússia ficaram tensas pela crise na Ucrânia, e os vínculos de Moscou com a União Europeia (UE) chegaram a um nível de deterioração inédito desde o fim da Guerra Fria. Merkel, que sempre defendeu as sanções impostas pelos europeus a Moscou pela anexação da Crimeia e por seu suposto papel no conflito ucraniano, afirmou nesta terça-feira que esperava poder levantar algumas destas punições se for aplicado o acordo de paz que promoveu junto com o presidente francês François Hollande em 2015.

Putin aproveitou a coletiva de imprensa para negar que a Rússia tivesse a intenção de influenciar nas eleições alemãs deste ano, meses depois de Moscou ter sido acusado de interferir nas eleições americanas. "Nunca nos intrometemos na vida política ou nos processos políticos de nenhum outro país", ressaltou Putin.

(Com informações da AFP)

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