Ucrânia acusa Rússia por morte de ex-deputado que testemunhou contra Ianoukovitch
Um ex-deputado russo, Denis Voronenkov, que havia se exilado na Ucrânia, foi morto nesta quinta-feira (23), em Kiev. Ele testemunhou contra o ex-presidente Viktor Ianoukovitch, retirado do poder pela rebelião pró-europeia, em fevereiro de 2014.
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Denis Voronenkov foi assassinado na frente de seu hotel por um homem armado que o aguardava. Seu guarda-costas, que também ficou ferido, teve tempo de tirar sua arma e ferir o atirador. Voronenkov estava saindo para encontrar um antigo deputado russo da oposição, Ilya Ponomarev, que também vive no exílio.
Logo depois do crime, as autoridades ucranianas acusaram a Rússia. Para o presidente ucraniano, Petro Porochenko, foi "um ato de terrorismo do Estado cometido pelos russos". O Kremlin reagiu imediatamente, mencionando "elocubrações absurdas".
Testemunho fatal contra ex-presidente Ianoukovitch
Denis Voronenkov é um ex-deputado do Partido comunista que deixou a Rússia em outubro do ano passado, depois de perder as eleições legislativas. A justiça russa o condenou por contumácia em 3 de março último, por fraude e falsificação de documentos.
Em janeiro deste ano, ele testemunhou contra o ex-presidente ucraniano Viktor Ianoukovitch por traição ao Estado. Segundo o procurador geral da Ucrânia, foi Ianoukovitch que teria enviado uma carta ao presidente russo Vladimir Putin, pedindo sua intervenção militar na Ucrânia. Para o procurador ucraniano, esse testemunho foi a sentença de morte para Voronenkov, que há pouco tempo comparou a Rússia à Alemanha nazista e denunciou a anexação da Crimeia.
(Informações da correspondente da RFI em Moscou, Muriel Pomponne)
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