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Reino Unido/Brexit

Reino Unido iniciará o processo de saída da União Europeia até o fim março

A primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou neste domingo (2) que o Reino Unido ativará o processo para retirar o país da União Europeia (UE) até o fim de março de 2017. Até agora, May havia informado apenas que Londres não ativaria o processo previsto no artigo 50 do Tratado Europeu de Lisboa, que estabelece prazo máximo de dois anos para negociar a saída, antes do fim de 2016.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, foi entrevistada pelo canal BBC neste domingo (2).
A primeira-ministra britânica, Theresa May, foi entrevistada pelo canal BBC neste domingo (2). REUTERS/Jeff Overs/BBC/Handout
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A primeira-ministra deve apresentar mais detalhes do calendário que pretende adotar no discurso que ainda fará hoje no congresso anual do Partido Conservador, que acontece em Birmingham, região central da Inglaterra.

May também indicou que pretende solicitar ao Parlamento a derrogação da ata de adesão do Reino Unido à UE de 1972, quando a rainha Elizabeth II discursar no Parlamento no ano que vem. O pronunciamento deverá acontecer em abril ou maio.

"Isso marcará a primeira etapa para fazer do Reino Unido um país soberano e independente novamente", disse May em entrevista ao jornal Sunday Times. Ela ressaltou que esse ato significará "o fim da autoridade da UE sobre o Reino Unido".

Manifestantes protestam contra política de austeridade

À margem do congresso dos conservadores, chamados de "tories" pelos britânicos, cerca de 1.500 manifestantes se reuniram nas proximidades da prefeitura de Birmingham para protestar contra a política de austeridade do governo. 

Algumas pessoas carregavam cartazes onde se lia "Não à austeridade", "Fora 'tories'" e "Bem-vindos refugiados", além de algumas mensagens pacifistas e antirracistas. O protesto foi convocado por vários sindicatos de trabalhadores e organizações da sociedade civil.

Estratégia pouco clara até agora

A primeira-ministra britânica, segunda mulher a governar o Reino Unido depois de Margaret Thatcher, entre 1979 e 1990, está diante de um enorme desafio. Até o momento, May deu pouquíssimas informações sobre como pretende minimizar os impactos do Brexit na economia britânica e negociar novos acordos de cooperação com os europeus estando fora do bloco.

Por enquanto, a primeira-ministra, que completou 60 anos no sábado (1), está sendo apreciada pelos britânicos. Ela é vista como uma mulher inteligente, pragmática e capaz de dar às políticas conservadoras uma dimensão social. Porém, algumas pessoas começam a se preocupar. 

O ex-ministro da Justiça Ken Clarke, por exemplo, nota que May repete com insistência que "Brexit é Brexit", sem esclarecer o que isso quer dizer na prática. "No início, essa fórmula era até engraçada, mas logo as pessoas perceberam que ela não responde à questão central, que é fazer do Brexit um sucesso para os britânicos", explica o ex-ministro.

Os mais críticos começam a duvidar da estratégia da primeira-ministra. Apesar dela ter lutado para assumir o governo num momento tão difícil, talvez não saiba o que fazer.

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