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Reino Unido

Jeremy Corbyn é reeleito à frente do Partido Trabalhista britânico

O deputado Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, foi reeleito com ampla vantagem à frente da principal formação de oposição britânica. Os resultados oficiais foram divulgados neste sábado (24), em Liverpool, onde é realizado o congresso do partido.

Apesar das críticas, Jeremy Corbyn continua dirigindo o Partido Trabalhista britânico
Apesar das críticas, Jeremy Corbyn continua dirigindo o Partido Trabalhista britânico REUTERS/Peter Nicholls
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Corbyn, de 67 anos, obteve 61,8% dos votos superando seu único adversário, o deputado Owen Smith, de 46 anos, que ficou com 38,2% dos votos. Graças ao apoio das bases, ele garantiu o cargo, mesmo sendo questionado pela maioria dos deputados da legenda por sua atuação até agora.

O líder dos trabalhistas deve grande parte de sua vitória aos novos membros do partido. No último ano, 300 mil pessoas se afiliaram à legenda, dobrando assim o número de militantes da formação, a maior da Europa. "Vamos trabalhar juntos por uma verdadeira mudança", declarou Corbyn imediatamente depois do anúncio dos resultados.

Muitos abraçaram o projeto de "revolução democrática" e as ideias da esquerda do "camarada Corbyn", o que levou a denúncias de que se infiltraram no partido militantes trotskistas e ecologistas.

Trabalhistas estariam se aproximando do espanhol Podemos e do grego Syriza

“Por toda a Europa vimos emergir partidos construídos sobre uma base ativista, como Podemos, na Espanha, o movimento Cinco Estrelas, na Itália, ou Syriza, na Grécia", destacou Patrick Dunleavy, professor da London School of Economics. "Com Jeremy Cobyn, o trabalhismo se aproxima desta tendência", acrescentou.

Os moderados, segundo as pesquisas, consideram que esta estratégia condena o partido a vários anos, ou décadas, na oposição. "Os trabalhistas jamais vencerão nenhuma eleição em um futuro próximo", afirma Anand Menon, professor de Ciências Políticas do King's College de Londres.

Para os analistas, as próximas legislativas, previstas para 2020, darão a vitória aos conservadores, no poder, considerados os verdadeiros vencedores deste fim de semana. Corbyn, obviamente, não está de acordo com os prognósticos. "Disputaremos para vencer as eleições de 2020", enfatizou.

Convencidos de que a presença de Corbyn é um obstáculo para volta ao poder, os deputados moderados poderão ficar tentados a criar um novo partido de centro-esquerda. Mas a maioria dos analistas não aposta nesta hipóteses. Tony Travers, da London School of Economics, recorda que, em 1981, a criação do Partido Social-democrata acabou em fracasso. "O trabalhismo me parece uma família miserável e infeliz que tenta conviver", afirmou o analista.

(Com informações da AFP)

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