Potências concordam com cessar-fogo na Síria em conferência em Munique
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As grandes potências internacionais chegaram a um acordo nesta sexta-feira (12) de cessar-fogo na Síria em uma semana e para encaminhar rapidamente ajuda humanitária às vítimas do conflito. A decisão acontece durante a Conferência de Segurança de Munique, um encontro internacional realizado anualmente, reunindo durante o fim de semana altos representantes de diversos países. Participam do evento, no sul da Alemanha, 24 chefes de Estado e de governo, mais de 60 ministros de Estado, além de políticos de segurança, militares e executivos da indústria bélica.
Segundo o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, Estados Unidos e Rússia vão dirigir as "modalidades" da implantação desse cessar-fogo. A suspensão das hostilidades afetará todas as partes em conflito, salvo os "grupos terroristas Estado Islâmico e Al-Nosra", explicou Kerry.
"Também concordamos em acelerar e ampliar a entrega de ajuda humanitária a partir desse momento a uma série de cidades sitiadas", acrescentou o secretário, que citou, entre outras, Deir Ezzor, no leste, onde o EI cerca as forças leais ao governo Al-Assad.
Um grupo de trabalho dirigido pela ONU se reúne a partir desta sexta (12), em Genebra, para pôr em prática o avanço humanitário, que contará com "balanços semanais", completou Kerry.
Debate sobre migração
Em Munique, está previsto nesta sexta-feira um debate sobre a situação na Síria incluindo representantes de dois países muito importantes na região e que estão de lados opostos, que são Arábia Saudita e Irã. Também haverá uma discussão sobre um assunto que tem diretamente a ver com a guerra na Síria: a crise de refugiados que afeta a Europa.
No sábado (13), um debate importante vai envolver dois pesos pesados, que são os primeiros-ministros da Rússia, Dimitri Medvedev, e da França, Manuel Valls. Não só a Síria, mas também o conflito na Ucrania deverão estar na pauta.
Também haverá debates entre os presidentes da Ucrânia, Polônia, Finlândia e Lituânia. Na tarde de sábado, devem se reunir no palco os ministros do Exterior de Alemanha, Estados Unidos, Rússia e Reino Unido.
Além de debates sobre Síria, Ucrânia e a crise migratória, estão programadas discussões sobre o futuro da Otan. O crescimento da China como potência militar, a situação no Oriente Médio, além da mudança climática, também estão na pauta do encontro.
Esquema de segurança
Para garantir a segurança dos participantes, o evento está movimentando um grande contingente de policiais. São 3.700 homens, cerca de 100 a mais que no ano passado, vindos de vários estados alemães para reforçar o esquema de segurança.
O centro de Munique está praticamente interditado, com diversas áreas de controle e tráfego fechado, cães farejadores e detectores de metais. Franco atiradores estão postados nos telhados da cidade.
Os manifestantes que comparecem à cidade são outra preocupação adicional para esse encontro. Como em todos os anos, movimentos pacifistas devem se manifestar no centro de Munique, protestando contra a indústria bélica, contra a guerra e mesmo contra goveros especificos. Os militantes estão planejando neste fim de semana fazer uma corrente humana em torno do centro de Munique.
Mas o movimento pacifista também muitas vezes é acompanhado por indivíduos dispostos à violência. A polícia prevê também a participação de cerca de 300 radicais de esquerda, os chamados "black blocs".
As forças de segurança estão preparadas para reprimir a ação de vândalos e de militantes dispostos a confrontos. E, com isso, pode ser que haja muito tumulto neste fim de semana nas ruas do centro de Munique.
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