Saída de Assange da embaixada do Equador em Londres depende da ONU
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse nesta quinta-feira (4) estar pronto para deixar a embaixada do Equador em Londres, onde ele está refugiado há mais de três anos. Isso se o grupo de trabalho sobre detenção arbitrária da ONU, que analisa seu caso, decidir que sua detenção na embaixada é ilegal.
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A decisão será anunciada nesta sexta-feira, mas deve ser favorável ao fundador do Wikileaks, de acordo com a imprensa britânica. Caso contrário, Assange disse que poderá deixar local logo depois do almoço e se entregar à polícia britânica. Em setembro de 2014, o fundador do Wikileaks prestou queixa contra a Suécia e a Grã-Bretanha junto à comissão da ONU para reconhecer seu confinamento na embaixada equatoriana como uma detenção ilegal.
Assange é acusado por uma sueca de um estupro cometido na região de Estocolmo, em agosto de 2010. Ele afirma que a relação foi de comum acordo e que se trata de uma armação para extraditá-lo aos Estados Unidos. Assange vive recluso na embaixada desde junho de 2012, e pode ser preso a qualquer momento pela polícia britânica.
Visado por um mandado de busca europeu, ele se recusou a prestar depoimento na Suécia com medo de ser extraditado para os Estados Unidos. No país ele teria problemas com a Justiça depois de publicar, em 2010, mais de 500 mil documentos confidenciais sobre o Iraque e o Afeganistão, além de 250.000 correspondências diplomáticas. O soldado americano Bradley Manning, fonte que deu as informações para Assange, foi condenado a 35 anos de prisão por espionagem.
Assange fundou o Wikileaks em 2006 para denunciar os delitos do governo e instituições, publicando documentos confidenciais em escala mundial. Na queixa enviada à ONU, ele explica que a única proteção da qual ele beneficia é ficar preso na embaixada – sendo essa a única maneira para ele de usufruir do direito de asilo.
Governo britânico diz que tem obrigação de extraditar Assange
O governo britânico lembrou nesta quinta-feira que ele tinha “a obrigação legal de extraditar o fundador do Wikileaks, Julian Assange, se ele deixasse a embaixada do Equador em Londres. “Existe um mandado de busca europeu por estupro e o Reino Unido tem a obrigação de extraditá-lo para a Suécia”, de acordo com um porta-voz do governo.
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