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Noruega e Bélgica oferecem curso de “como tratar as mulheres” para imigrantes

A Bélgica segue o exemplo norueguês e deverá lançar nos próximos dias o seu curso com instruções de como respeitar as mulheres para imigrantes e refugiados recém-chegados. O modelo da Noruega foi implantado em 2011, após uma onda de estupros envolvendo estrangeiros, e, embora considerado racista pelos críticos, agora surge como opção para um continente ainda chocado com os ataques sexuais da noite de Ano Novo na Alemanha.

A noruguesa Linda Hagen ministra cursos para postulantes a asilo.
A noruguesa Linda Hagen ministra cursos para postulantes a asilo. PIERRE-HENRY DESHAYES / AFP
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O curso norueguês tem por objetivo inserir homens criados em sociedades patriarcais em um país onde os costumes podem ser considerados bastante liberais. “Nosso objetivo é ajudar os postulantes a asilo a evitar tropeços ao descobrirem a cultura norueguesa”, explicou à agência AFP Linda Hagen, responsável pela empresa Hero, que administra 40% dos centros de acolhimento a refugiados. “Eles precisam tolerar atitudes que podem parecer imorais segundo as normas tradicionais ou religiosas”, explica.

O secretário de Asilo e Migração da Bélgica, Theo Francken, disse ao jornal Le Soir que não vai esperar que se repitam em seu país os incidentes de Colônia – onde a maioria dos acusados de agressão sexual são refugiados. “Vamos copiar o modelo norueguês e introduzir cursos nas próximas semanas”, disse Francken. “Muitos jovens solteiros estão chegando, e eles não estão acostumados com o contato com as mulheres. Não é um curso estigmatizante, é necessário”, completou o secretário.

Racismo

Mas a medida não é consenso no governo belga. A Ministra dos Direitos da Mulheres e Igualdade, Isabelle Simonis, se opõe. “Propor esta medida é fazer uma amálgama entre o que houve na Alemanha e os refugiados. Isso camufla o racismo”, disparou.

O curso aborda a questão das agressões sexuais com base em exemplos específicos. “Acontece de jovens de 18 anos se surpreenderem com o interesse das norueguesas e, a partir disso, deduzirem que elas querem transar com eles”, explica a responsável pelo curso na Noruega, que costuma debater com os imigrantes questões como “Como saber que uma mulher está interessada em sexo?”.

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